A Rússia mantém seus caças abastecidos e em ação no front da guerra civil síria
O ministro do Exterior da Alemanha,
Frank-Walter Steinmeier, criticou a decisão da OTAN para encenar
manobras militares na Europa Oriental, alertando tais que movimentos
poderiam agravar as tensões com a Rússia.
Seus comentários refletem as crescentes
divisões dentro da coalizão direita-esquerda da Alemanha sobre a
política em relação a Moscou.
Os social-democratas de Steinmeier
geralmente apoiam uma posição mais conciliatória em relação à Rússia do
que bloco conservador da chanceler Angela Merkel.
"O que não devemos fazer agora é inflamar
a situação por uma ameaça implícita e gritos de guerra estridentes",
disse Steinmeier ao jornal Bild em uma entrevista que será publicada no
domingo.
"Quem acredita que desfiles simbólicos de
tanques na fronteira oriental da aliança trará mais segurança está
equivocado", disse Steinmeier.
Steinmeier não deixou claro sobre qual
manobra ele estava se referindo, mas a Otan acaba de completar 10 dias
de exercício de treinamento militar na Polônia, envolvendo mais de 20
países. A Alemanha estava entre os participantes.
Rússia garante ’resposta simétrica’ à OTAN e assegura presença na Síria¹
A resposta do vice-secretário do Conselho
de Segurança da Rússia de que Moscou está pronto para uma “resposta
simétrica e eficaz” à quaisquer ações de aumento da presença da OTAN, ao
longo das fronteiras orientais da aliança, repercutiu na Europa.
— Não há motivo para preocupações. A
resposta é adequada, eficaz e barata — disse Yevgeny Lukyanov à agência
russa de notícias RIA Novosti, durante o Fórum Econômico Internacional
em São Petersburgo (SPIEF, na sigla em inglês).
Recentemente, os ministros da Defesa da
OTAN acordaram reforçar a presença da aliança com quatro batalhões
multinacionais nos três países bálticos e na Polônia. Os quatro
batalhões são compostos maioritariamente por militares da Alemanha, do
Reino Unido e dos EUA.
A OTAN está discutindo, desde o início do
ano, a intensificação da presença militar na Europa Oriental. Este será
um dos temas centrais na cúpula da aliança que está marcada para o
julho e será realizada em Varsóvia. A OTAN explica a necessidade do
aumento de forças na Europa do Leste pela alegada ameaça crescente da
Rússia. O porta-voz de Vladimir Putin, Dmitry Peskov, havia dito
anteriormente que a Rússia não é uma ameaça, mas não iria ignorar ações
potencialmente perigosas para os seus interesses.
Rússia na Síria
Com o equilíbrio estabelecido nas
fronteiras com a Europa, a Rússia avalia que, no front da guerra civil
na Síria as tropas também estão abastecidas. O vice-chefe do Conselho de
Segurança da Rússia disse que Moscou não tem planos de enviar armamento
adicional para os militares russos na Síria no futuro próximo.
— Eu sei que o nosso grupo militar está
bem equipado. Não se sente falta de munições ou equipamentos — disse
Yevgeny Lukyanov, no SPIEF.
Segundo ele, a Rússia continua cumprindo as suas obrigações de fornecimento militar para as Forças Armadas sírias.
— Com certeza, continuamos com os nossos
abastecimentos para as Forças Armadas sírias. Trata-se de nossos
compromissos contratuais — disse o oficial.
A Rússia lançou uma campanha militar
contra organizações terroristas na Síria no final de setembro de 2015, a
pedido do governo de Bashar al-Assad. Em março deste ano, o presidente
russo, Vladimir Putin, ordenou a retirada da maior parte do contingente
russo em território sírio, onde hoje vigora um cessar-fogo que segue
sendo violado por grupos de oposição ao regime.
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