Homem é indiciado no RS por atrapalhar voos de helicóptero com laser







Homem flagrado apontando laser é funcionário da EPTC (Foto: Batalhão de Aviação da BM/Divulgação)

Um agente de trânsito de Porto Alegre (RS) foi indiciado por atrapalhar pilotos de helicóptero com uma luz de laser emitido por uma lanterna durante as passeatas contra o impeachment, em abril passado. Policiais da Brigada Militar afirmam que o autor do delito é Daniel Baldasso, de 33 anos, que teria sido flagrado por uma aeronave da corporação quando disparava o raio contra a cabine de uma outra aeronave, que sobrevoava a região central da capital gaúcha.
O acusado, que optou por permanecer em silêncio durante interrogatório dias atrás, foi indiciado nesta terça-feira (21) por tentativa de homicídio com dolo eventual.
"O feixe de laser era tão forte que cobriu toda a aeronave", afirmou o delegado Paulo César Jardim, da 1ª Distrito Policial de Porto Alegre. Na ocasião, ao menos um piloto se queixou da dificuldade em comandar o helicóptero devido à exposição do laser na cabine. O suspeito fica sobre o terraço de seu prédio, em meio às antenas, mirando os aparelhos.
A reportagem do UOL tentou contato com Daniel Baldasso, que é agente de trânsito da EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) de Porto Alegre, por telefone e redes sociais, mas não obteve retorno.
O delegado Jardim afirmou que Baldasso não respondeu a nenhuma pergunta feita no dia 14 de junho, data de seu depoimento. "Fiz 19 perguntas e nada de resposta. Sempre nada a declarar. Sobre o porquê do ato, onde comprou o aparelho, sempre respondia com um nada a declarar."
A investigação reuniu fotografias do flagrante feito por uma câmera de um helicóptero enquanto Baldasso apontava para outra aeronave, e apreendeu equipamentos relacionados ao laser na casa do suspeito, como um carregador, embora não tenha encontrado o aparelho.
O inquérito será apreciado pelo Ministério Público, que pode ou não oferecer denúncia contra o agente. Posteriormente, o inquérito será remetido à Justiça. Caso o juiz aceite a tese do delegado, Baldasso pode ser sentenciado de seis a 20 anos de prisão, em caso de condenação. Ele não está preso.
A EPTC informou nesta terça-feira (21) que aguarda o caso chegar à Justiça para avaliar se tomará alguma medida, embora o suposto crime tenha ocorrido fora do horário de expediente do servidor.

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