O diretor da
Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em
inglês), John Brennan, disse nesta quinta-feira que há dezenas de
milhares de combatentes do Estado Islâmico no mundo, mais do que da Al
Qaeda em seu auge.
Brennan
afirmou ainda, em uma audiência do Comitê de Inteligência do Senado, que
a agência se preocupa com o desenvolvimento da Líbia como base de
operações do grupo extremista, que tem entre 5 e 8 mil combatentes no
país, embora seus militantes na Síria e no Iraque tenham diminuído de 22
para 18 mil e de 25 para 19 mil, respectivamente.
"Estou
preocupado com o crescimento da Líbia como mais uma área que poderia
servir como base para o Estado Islâmico realizar ataques dentro da
Europa... isso é muito preocupante", disse Brennan.
Indagado
sobre a crise como um todo, Brennan disse aos legisladores que o governo
do presidente sírio, Bashar al-Assad, vem se fortalecendo com o apoio
da Rússia.
"Um ano
atrás, (Assad) estava com o pé atrás, já que as forças de oposição
estavam realizando operações que estavam realmente degradando os
militares sírios. Ele está em uma posição mais forte do que estava em
junho do ano passado" em resultado do socorro russo, afirmou Brennan.
Estado Islâmico está cometendo genocídio contra etnia yazidi, diz ONU
O Estado
Islâmico está cometendo genocídio contra os yazidis na Síria e no Iraque
na tentativa de destruir o grupo étnico-religioso de 400 mil pessoas
por meio de assassinatos, escravidão sexual e outros crimes, disseram
investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta
quinta-feira.
O relatório
da ONU, baseado em entrevistas com dezenas de sobreviventes, afirmou que
os militantes islâmicos vêm capturando yazidis na Síria e no Iraque
sistematicamente desde agosto de 2014 e procurando "apagar sua
identidade" em uma campanha que se encaixou na definição do crime tal
como ele é, definido na Convenção do Genocídio de 1948.
"O genocídio dos yazidis está em andamento", disse o relatório.
"O crime de
genocídio deve desencadear uma ação muito mais contundente no nível
político, inclusive no Conselho de Segurança (da ONU)", disse o
brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, que preside a comissão de inquérito,
em comunicado.
Vitit
Muntarbhorn, membro da comissão, disse que a organização tem
"informações detalhadas de lugares, violações e nomes dos perpetradores"
e que começou a compartilhar dados com algumas autoridades nacionais
que estão processando combatentes estrangeiros.
Os quatro
membros independentes da comissão exortaram as grandes potências a
resgatarem pelo menos 3.200 mulheres e crianças ainda nas mãos do Estado
Islâmico e para encaminharem o caso para o Tribunal Penal
Internacional (TPI).
"O Estado
Islâmico não fez segredo de sua intenção de destruir os yazidis de
Sinjar (no Iraque), e esse é um dos elementos que nos permitiram
concluir que suas ações equivalem a um genocídio", disse outra
investigadora, Carla del Ponte.
"É claro, enxergamos isto como um roteiro para os processos, para futuros processos".
Os yazidis são uma seita religiosa cujas crenças misturam componentes de várias religiões antigas do Oriente Médio.
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