Progressos na Ucrânia podem facilitar renovação de sanções contra a Rússia







A Ucrânia deve ter mais facilidade para convencer os países da União Europeia a renovar as sanções contra a Rússia caso comprove avanços na realização de reformas e no combate à corrupção, disse o ex-chefe da Otan à Reuters neste sábado.
Anders Fogh Rasmussen foi nomeado conselheiro do presidente ucraniano Petro Poroshenko na sexta-feira, após ter sido secretário-geral da Otan na época em que a Ucrânia iniciou o conflito com os separatistas apoiados pelos russos após a anexação da Crimeia por Moscou em 2014.
A União Europeia vai decidir dentro de algumas semanas se renova ou não as sanções contra a Rússia, o que requer a aprovação unânime dos seus 28 países-membros. As sanções provavelmente serão renovadas apesar da crescente oposição dentro do bloco.
Rasmussen disse que a renovação das sanções é a única maneira de exercer pressão sobre a Rússia a fim de fazê-la parar de apoiar os separatistas que lutam contra o exército ucraniano na região de Donbass e obter um acordo de cessar-fogo.
"Eu sei de conversas com políticos nas capitais do Ocidente que a vontade política para renovar as sanções também está ligada à vontade da Ucrânia de realizar, de fato, reformas abrangentes", disse Rasmussen, por telefone.
"Então meu objetivo como conselheiro do presidente seria iniciar uma via de duas mãos. Em primeiro lugar, naturalmente, no Ocidente, vou argumentar que os ucranianos já realizaram reformas profundas."
"Mas, por outro lado, eu também irei trazer as mensagens dos meus interlocutores de volta ao presidente de modo que as autoridades ucranianas entendam claramente qual é a prioridade no Ocidente", acrescentou Rasmussen.
O conflito separatista já matou mais de 9 mil pessoas e a violência se inflama semanalmente, com ambos os lados acusando-se mutuamente de violar acordos de cessar-fogo. Rasmussen disse que a situação no leste da Ucrânia é "alarmante".

Cinco soldados e dois rebeldes mortos no leste da Ucrânia¹

Cinco soldados ucranianos e dois rebeldes pró-russos morreram em combates no leste da Ucrânia, o segundo pior balanço em 24 horas desde o início do ano, anunciaram neste domingo o exército ucraniano e as autoridades separatistas.
"No decorer das últimas 24 horas, cinco soldados ucranianos morreram e outros quatro ficaram feridos", declarou aos jornalistas um porta-voz militar, Oleksandre Motuzianyk.
Os combates se concentram em torno das localidades de Avdiïvka e Opytné, perto do reduto rebelde de Donetsk, acrescentou o porta-voz.
Por sua vez, o responsável separatista Eduard Basurin anunciou a morte de dois rebeldes pró-russos durante os confrontos com o exército ucraniano, e confirmou que a situação é de tensão em Avdiïvka.
"Trinta ucranianos equipados com morteiros e blindados tentaram um ataque que nós repelimos", disse à AFP.
O exército havia informado sobre a morte de sete soldados na terça-feira, o pior dia desde o início do ano no leste ucraniano.
Kiev anunciou no sábado que um soldado havia morrido em confrontos com os rebeldes na cidade de Mariupol, controlada pelas forças pró-governamentais.
"A situação está se degradando rapidamente", disse outro porta-voz militar, Andrei Lysenko

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