O diálogo entre a Europa e a Rússia está cada vez mais difícil, o que cria um clima de tensão perigoso e imprevisível
A situação de uma Rússia isolada é imprevisível e perigosa
Como qualquer fã de filmes de ação sabe, a
melhor maneira de impedir que um louco execute um plano com
consequências terríveis é mantê-lo falando. A distração da conversa
permite ganhar tempo para salvar um refém ou desativar uma bomba. Com
sorte, é possível convencê-lo que a violência é contraproducente. Essa
é, de certa forma, a abordagem adotada por alguns países europeus em
relação à Rússia.
Vladimir Putin perdeu o interesse em se reaproximar do Ocidente e no leste da Ucrânia os conflitos e protestos continuam. Mas a situação de uma Rússia isolada é ainda mais imprevisível e perigosa. Portanto, é melhor incentivar o diálogo.
Vladimir Putin perdeu o interesse em se reaproximar do Ocidente e no leste da Ucrânia os conflitos e protestos continuam. Mas a situação de uma Rússia isolada é ainda mais imprevisível e perigosa. Portanto, é melhor incentivar o diálogo.
A dificuldade é encontrar temas de
conversa. A Otan suspendeu a cooperação com a Rússia depois da anexação
da Crimeia e da invasão da Ucrânia. Esta semana o Conselho Otan-Rússia,
um fórum criado em 2002 para incentivar a confiança mútua, reuniu-se
pela primeira vez desde junho de 2014, após a insistência dos alemães e
dos franceses, assim como de Jens Stoltenberg, o secretário-geral da
Otan.
Porém com tantas divergências em relação à Ucrânia, as conversas sobre os planos da Otan de colocar mais tropas em seu flanco oriental, e da adesão da pequena Montenegro, foram como previsível desinteressantes.
Porém com tantas divergências em relação à Ucrânia, as conversas sobre os planos da Otan de colocar mais tropas em seu flanco oriental, e da adesão da pequena Montenegro, foram como previsível desinteressantes.
Os oficiais militares irritaram-se ainda
mais na semana passada em razão dos incidentes no mar Báltico. Os aviões
de guerra russos sobrevoaram em um voo rasteiro e rápido um
contratorpedeiro americano e fizeram acrobacias em cima de um avião de
reconhecimento. John Kerry, o secretário de Estado dos EUA, disse que o
navio tinha o pleno direito de atirar nos aviões russos, embora tenha
mantido sua neutralidade.
Em novembro de 2015 a Turquia, um membro da Otan, derrubou um avião militar russo que entrara em seu espaço aéreo. Um incidente semelhante com as tropas da Otan no flanco oriental, sobretudo se envolvesse tropas americanas, faria com que as outras crises na Europa parecessem brincadeira de criança.
Em novembro de 2015 a Turquia, um membro da Otan, derrubou um avião militar russo que entrara em seu espaço aéreo. Um incidente semelhante com as tropas da Otan no flanco oriental, sobretudo se envolvesse tropas americanas, faria com que as outras crises na Europa parecessem brincadeira de criança.
Com o objetivo de reduzir as chances de
incidentes perigosos, o instituto European Leadership Network (ELN), com
sede em Londres, tem insistido que a Otan e a Rússia negociem um
memorando de entendimento a respeito de como se comportar em situações
de emergência. Mas isso pressupõe um parceiro disposto a negociar. Porém
a Rússia tem demonstrado pouco interesse no projeto de modernização do
Documento de Viena referente à transparência militar e à troca de
informações. O problema, disse um diplomata ocidental experiente, é que a
Rússia acha importante se comportar de maneira imprevisível, talvez em
parte para compensar suas desvantagens em forças convencionais.
Comentários
Postar um comentário