A Coreia do
Norte inaugurou o primeiro congresso do governista Partido dos
Trabalhadores em 36 anos nesta sexta-feira, e o líder Kim Jong Un deve
consolidar seu controle sobre um país que vem se isolando cada vez mais
por causa de sua busca por armas nucleares.
Sempre
sigilosa, a Coreia do Norte alardeou "resultados triunfantes" antes do
evento e disse que os progressos nos programas nuclear e de mísseis
balísticos, realizados em desafio a sanções da Organização das Nações
Unidas (ONU), são "os maiores presentes" para o raro congresso
partidário, mas pouco de seu conteúdo foi revelado.
Em
Pyongyang, as autoridades oficiais não emitiram sequer uma palavra a
respeito dos procedimentos além de dizer que a reunião está em
andamento. A mídia estatal norte-coreana mencionou que o congresso terá
início nesta sexta-feira, mas até o começo da noite local não havia dado
detalhes sobre as atividades.
O congresso
começou em uma manhã chuvosa, e as imagens gigantescas do avô de Kim,
Kim Il Sung, e pai, Kim Jong Il, que adornam a Praça Kim Il Sung na
capital, foram cobertas.
Jornalistas
estrangeiros convidados a acompanhar o acontecimento nem sequer tiveram
permissão de entrar na Casa de Cultura 25 de Abril, a estrutura de rocha
decorada com bandeiras vermelhas do partido onde a reunião deve
transcorrer durante vários dias.
Analistas
estrangeiros acreditam que o líder da terceira geração da dinastia Kim
irá adotar formalmente sua política "Byongjin" – desenvolver as armas
nucleares e a economia simultaneamente – e cimentar ainda mais seu
poder.
"Kim quer
matar dois coelhos, um arsenal nuclear e o desenvolvimento econômico, e
provavelmente irá declarar que o país é um Estado nuclearizado, então
esse já é um dos coelhos", disse Yang Moo-jin, da Universidade de
Estudos Norte-Coreanos de Seul.
"Ele também pode delinear um plano de cinco anos ou sete anos para o desenvolvimento da economia do povo", opinou.
Kim vem se
empenhando com agressividade na obtenção de armas atômicas e tecnologia
de mísseis balísticos. Em março, o Conselho de Segurança da ONU adotou a
rodada mais recente de uma série de resoluções endurecendo as sanções
contra Pyongyang, que realizou seu quarto teste nuclear em janeiro.
A China, única grande aliada do Norte, apoiou as resoluções e vem expressando frustração com os testes nucleares.
Comentários
Postar um comentário