Pyongyang declara que manterá a doutrina de desenvolvimento conjunto da economia e do programa nuclear. Líder do país, Kim Jung-un, promete recorrer ao arsenal atômico apenas em caso de ameaça de outra potência.
Kim Jong-un durante discurso no 7º Congresso do Partido dos Trabalhadores
A política de desenvolvimento do arsenal
nuclear da Coreia do Norte, defendida pelo presidente do país, Kim
Jong-un, foi aprovada no 7º Congresso do Partido dos Trabalhadores, o
primeiro em 36 anos, anunciou a agência de notícias estatal KCNA nesta
segunda-feira (09/05).
O congresso, que começou na última
sexta-feira, é visto como uma coroação para Kim, de 33 anos, assegurando
a sua condição de líder supremo e confirmando a sua doutrina de
desenvolvimento conjunto da economia e do programa nuclear.
No domingo, os milhares de delegados
daquele que é, tecnicamente, o órgão superior de decisão da Coreia do
Norte, adotaram a estratégia de impulsionar simultaneamente o
desenvolvimento econômico e "aumentar a força nuclear autodefensiva,
tanto em qualidade como em quantidade", segundo a agência de notícias
AFP.
"Vamos consistentemente manter a posição
na linha estratégica de promover simultaneamente a construção econômica e
a construção de força nuclear e aumentar a força nuclear autodefensiva,
tanto em qualidade e quantidade, enquanto os imperialistas persistem
com suas ameaças nucleares e práticas arbitrárias", disse Kim, no
congresso.
Soberania ameaçada
No sábado, o presidente norte-coreano já
havia afirmado que o país apenas recorrerá às suas armas nucleares no
caso de a sua soberania ser ameaçada por outra potência nuclear. "Como
um país com armas nucleares responsável, a nossa república não vai usar
armas nucleares a não ser que a sua soberania seja ameaçada por
quaisquer forças hostis com ogivas nucleares", garantiu o líder da
Coreia do Norte.
"Mas se as autoridades sul-coreanas
optarem por uma guerra, nós vamos para a guerra para limpar
impiedosamente as forças antirreunificação", lê-se num documento
distribuído pela KCNA.
Segundo a agência, Kim prometeu que
Pyongyang "cumprirá fielmente" suas obrigações de não proliferação e
impulsionará a desnuclearização em nível global. A Coreia do Norte foi o
primeiro país signatário a abandonar o Tratado de Não Proliferação
Nuclear (NPT, na sigla em inglês), em 2003.
Durante o discurso de abertura do 7º
Congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, na
sexta-feira, Kim exaltou os últimos testes nucleares e lançamentos de
mísseis realizados pelo regime, afirmando que estes fortaleceram a
"dignidade e o poder do país". O líder de 33 anos não era nem nascido
quando o último congresso foi realizado, em 1980, para coroar seu pai,
Kim Jong-il, como o herdeiro sucessor do líder fundador do país, Kim
Il-sung.
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