Tropas de Bashar al-Assad reconquistam cidade estratégica perto de Palmira, que foi há pouco recuperada pelo Exército. Al-Qaryatain estava sob controle do grupo extremista desde agosto de 2015.
Exército sírio invadiu al-Qaryatain a partir de diferentes direções
O Exército sírio e suas forças aliadas
retomaram o controle da cidade de Al-Qaryatain, na região central do
país, retirando-a das mãos do "Estado Islâmico" (EI). A informação é de
autoridades militares da Síria, citadas pela imprensa local neste
domingo (03/04).
Localizada em ponto estratégico,
Al-Qaryatain havia sido ocupada pela milícia terrorista em agosto de
2015. A cidade é cercada por montanhas e fica 100 quilômetros a oeste de
Palmira, reconquistada pelas forças do governo há uma semana.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, tem
feito esforços para retomar as cidades ocupadas pelo EI na Síria. O
temor é que as forças extremistas cheguem ao oeste, região mais populosa
do país, onde Damasco e outras grandes cidades estão localizadas.
televisão estatal síria afirmou que as tropas de Assad "restauraram completamente a segurança e a estabilidade em Al-Qaryatain, depois de matar os últimos grupos restantes de terroristas do Daesh", citando o acrônimo em árabe para o "Estado Islâmico".
televisão estatal síria afirmou que as tropas de Assad "restauraram completamente a segurança e a estabilidade em Al-Qaryatain, depois de matar os últimos grupos restantes de terroristas do Daesh", citando o acrônimo em árabe para o "Estado Islâmico".
Em comunicado, o comandante do Exército
disse que a retomada da cidade é uma vitória estratégica, pois protege
rotas entre a região de Damasco e campos petrolíferos no leste do país.
Ela também interrompe rotas de abastecimento usadas pelo EI dentro da
Síria.
Segundo a imprensa local, as forças do
governo invadiram Al-Qaryatain a partir de diferentes direções. A
agência estatal de notícias Sana, citando uma fonte militar, afirmou que
o Exército conseguiu limpar áreas no entorno da cidade onde o EI havia
plantado explosivos.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos,
que monitora o conflito no país através de uma rede de fontes locais,
declarou que mais de 40 ataques aéreos foram realizados neste domingo
nas proximidades da cidade, tanto por aviões sírios como russos.
Quando o EI tomou o controle de
Al-Qaryatain, em agosto de 2015, um monastério cristão foi destruído e
cerca de 200 civis que residiam na cidade foram feitos prisioneiros,
sendo muitos transferidos para a cidade de Raqqa, também tomada pelos
extremistas.
Essa foi a segunda conquista do Exército
sírio em apenas uma semana. No domingo passado, o governo anunciou a
retomada completa de Palmira, ocupada pela milícia terrorista há dez
meses.
Conhecida como "a pérola do deserto",
Palmira é famosa por seus tesouros arqueológicos. O EI chocou o mundo
com a destruição de diversos templos antigos, tumbas e esculturas,
consideradas Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
Rússia acusa Turquia de ser maior fornecedor de armas do EI
A Rússia acusou três organizações da
Turquia de fornecer armas e equipamentos militares para o grupo
extremista "Estado Islâmico" (EI) na Síria. A denúncia foi feita pelo
embaixador russo nas Nações Unidas, Vitaly Churkin, em carta ao Conselho
de Segurança.
"O principal fornecedor de armas e
equipamentos militares para combatentes do EI é a Turquia, que faz isso
por intermédio de organizações não governamentais", afirma Churkin na
carta datada de 18 de março.
As três organizações citadas pelo
embaixador são as fundações Besar e Iyilikder e a Fundação para as
Liberdades e os Direitos Humanos (IHH, na sigla em turco). Elas teriam
enviado comboios com "vários suprimentos" aos grupos armados.
Ainda segundo a carta, as remessas são
supervisionadas pela própria Organização Nacional de Inteligência da
Turquia e são transportadas principalmente por veículos que cruzam as
fronteiras "como parte de comboios humanitários".
Churkin também citou duas empresas turcas
– Tevhid Bilisim Merkezi e Trend Limited Sirketi, ambas com sede em
Sanliurfa –, que estariam fornecendo componentes químicos e detonadores
aos combatentes extremistas sírios.
Segundo o embaixador, cerca de 1,9 milhão
de dólares em explosivos e produtos químicos já passaram pela fronteira
turca em direção à Síria, principalmente através do rio Eufrates.
A Missão Permanente da Turquia na ONU
negou com veemência as acusações. Em declarações à agência de notícias
Associated Press, a missão afirmou que a carta "obviamente contém
alegações infundadas" e lembrou que muitos cidadãos turcos morreram em
ataques do EI.
Essa não é a primeira vez que a Rússia
acusa a Turquia de apoiar grupos extremistas na Síria. Moscou luta ao
lado de Damasco na guerra civil que assola o país árabe há cinco anos.
As denúncias se intensificaram depois que Ancara abateu um caça russo,
em novembro do ano passado.
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