O presidente
dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou nesta segunda-feira a
aprovação do envio de até 250 soldados norte-americanos para a Síria,
incluindo forças especiais, para treinar e auxiliar forças locais que
lutam contra militantes do Estado Islâmico.
Obama,
falando na Alemanha, disse que apoiou o envio para impulsionar as forças
especiais já em solo sírio na luta contra o Estado Islâmico em
áreas-chave.
Obama diz estar "profundamente preocupado" com aumento de violência na Síria
O presidente
dos Estados Unidos, Barack Obama, disse durante uma visita à Alemanha
neste domingo que está "profundamente preocupado" com a onda de
violência na Síria, onde as forças do governo intensificaram bombardeios
de áreas controladas pelos rebeldes em torno da cidade estratégica de
Aleppo.
Após reunião
com a chanceler alemã, Angela Merkel, em um palácio do século 17 perto
da cidade de Hanover, Obama falou de uma "trágica crise humanitária" na
Síria e disse que continua a acreditar em uma solução política para o
conflito no país.
A Alemanha é
a última parada em uma excursão estrangeira de seis dias em que Obama
tem procurado reforçar alianças dos EUA que vê como importantes para
aumentar o comércio, derrotar militantes do Estado Islâmico e
contrabalançar a intervenção russa na Síria e Ucrânia.
"Continuamos
profundamente preocupados com o recrudescimento dos combates na Síria
nos últimos dias e continuamos a concordar que a única solução duradoura
real é uma solução política que mova a Síria no sentido de um governo
inclusivo que represente todos os sírios", disse Obama.
Merkel
instou as partes a negociações de paz em Genebra, que estão em risco de
colapso, para chegar a um acordo sobre zonas humanitárias, onde sírios
em fuga poderiam se sentir livre de bombardeios. Ela e Obama deixaram
claro que não aprovam a criação de "zonas seguras" clássicas que
precisariam ser protegidas por forças estrangeiras.
Os dois
líderes desenvolveram uma relação forte e pragmática depois de um começo
difícil em que Merkel se recusou a permitir que Obama, então senador em
campanha para a presidência, falasse no Portão de Brandemburgo, em
2008.
Eles tocaram em uma série de questões, incluindo a Ucrânia, Coreia do Norte, Líbia e conversas sobre livre comércio.
Obama
elogiou Merkel por sua "liderança firme" e sua forma de lidar com a
crise de refugiados da Europa, dizendo que sua decisão no ano passado de
acolher centenas de milhares de migrantes para a Alemanha a colocou "no
lado certo da história".
Ele brincou
dizendo que Merkel tem um "senso de humor muito bom" que não
necessariamente sempre compartilha em público, tirando risadas da
chanceler de 61 anos.
Rússia e Coreia do Norte
Ambos os
líderes expressaram preocupações sobre violações do cessar-fogo no leste
da Ucrânia e disseram que as sanções contra a Rússia, impostas pelo
Ocidente em resposta à intervenção de Moscou, não poderiam ser relaxadas
antes da situação no local melhorar.
Obama também
foi questionado sobre a mais recente demonstração militar da Coreia do
Norte - um teste de mísseis balísticos lançados por submarinos que
Pyongyang descreveu no domingo como um "grande sucesso". Uma série de
testes nos últimos meses aumentaram a tensão na península coreana,
irritando o aliado China e desencadeando novas sanções das Nações
Unidas.
"O que está
claro é que a Coreia do Norte continua a envolver-se em comportamento
provocador contínuo, que estão buscando ativamente um programa nuclear, a
capacidade de lançar armas nucleares", disse Obama.
"E, embora
na maioria das vezes eles falhem em muitos desses testes, eles ganham
conhecimento cada vez que se envolvem nestes testes", acrescentou.
Os laços
entre Washington e Berlim foram danificados em 2013 por revelações de
vigilância generalizada dos cidadãos alemães, incluindo o grampo do
celular de Merkel, pela Agência de Segurança Nacional dos EUA.
Mas nos
últimos anos, os dois aliados da Guerra Fria têm corrigido as coisas, em
estreita coordenação sobre a crise na Ucrânia e pressionando um acordo
sobre um tratado de livre comércio entre os EUA e a União Europeia antes
de Obama deixar o cargo em 20 de janeiro.
As
negociações sobre o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e
Investimento (TTIP, em inglês) têm sido difíceis e o tempo está se
esgotando.
Milhares de
manifestantes segurando cartazes com frases de ordem como "Parem o TTIP"
marcharam no sábado para expressar sua oposição ao acordo. Europeus e
norte-americanos temem que ele poderia custar empregos e erodir as
proteções ao consumidor.
Mas Obama
disse esperar que o acordo, que apoiadores dizem que pode impulsionar as
economias de cada lado do Atlântico em 100 bilhões de dólares, seria
acertado neste ano.
"O tempo não
está do nosso lado", disse enquanto abriu com Merkel a Hanover Messe,
uma enorme feira de comércio industrial. "Se não completarmos as
negociações neste ano, então as próximas transições políticas nos EUA e
na Europa significariam que este acordo não será concluído por algum
tempo."
Agora, nos
últimos nove meses de seu mandato presidencial, Obama foi à Alemanha
depois de passar três dias em Londres, onde pediu aos britânicos que
votem para permanecer na União Europeia no referendo de junho, cujo
resultado poderia ter consequências econômicas globais.
No início da
semana, ele se reuniu com líderes do Golfo, em Riad, para tentar
acalmar os receios de que Washington tenha se tornado menos comprometida
com sua segurança, especialmente após o acordo nuclear com o Irã, rival
regional da Arábia Saudita.
Antes de
Obama retornar a Washington na segunda-feira, ele e Merkel se reunirão
com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, o presidente francês,
François Hollande, e primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi. Entre as
questões que são esperadas para as discussões estará o maior
compartilhamento de inteligência após os ataques de militantes islâmicos
na França e na Bélgica.
Merkel diz que conversas em Genebra devem ter áreas seguras na Síria como objetivo
A chanceler
alemã, Angela Merkel, disse neste domingo que não aprova "zonas seguras"
clássicas na Síria que teriam de ser protegidas por forças
estrangeiras, mas acredita que as negociações de paz em Genebra poderiam
chegar a um acordo sobre áreas onde refugiados sírios poderiam se
sentir a salvo de bombardeios.
"Eu acredito
que, se você tivesse seguido o que eu disse ontem, na Turquia, é algo
que tem de sair das conversações de paz de Genebra; não se trata de
zonas seguras clássicos", disse durante uma entrevista coletiva com o
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
"É possível,
quando se fala sobre um cessar-fogo, identificar regiões nas
conversações entre os parceiros de negociação em Genebra onde as pessoas
podem se sentir particularmente seguras. Não se trata de alguma
influência do exterior, mas sim de dentro das negociações", acrescentou.
EUA e aliados realizam 28 ataques contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria
Os Estados
Unidos e seus aliados conduziram 28 ataques contra o Estado Islâmico no
Iraque e na Síria no sábado, disse a coalizão que lidera as operações.
Em
comunicado divulgado neste domingo, a Força Tarefa Conjunta disse que
quatro ataques próximos a duas cidades na Síria atingiram três unidades
táticas e destruíram duas posições de combate, um sistema de artilharia
anti-aéreo e um veículo improvisado como dispositivo explosivo.
No Iraque,
24 ataques próximos de 11 cidades atingiram uma unidade de armas, um
quartel general e uma unidade modular, além de ter destruído sistemas de
trincheira, armazéns de alimentação, áreas de montagem e um gerador,
entre outros alvos, segundo o comunicado.
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