Apontado como o único jihadista sobrevivente entre os que cometeram os atentados terroristas de 13 de novembro do ano passado, em Paris, o belga Salah Abdeslam foi preso nesta quarta-feira (27) pela Justiça francesa e acusado de assassinato com "caráter terrorista".
O advogado de Abdeslam na França, Frank Berton, afirmou ao sair do Palácio da Justiça de Paris que o belga também foi acusado de cumplicidade em assassinato com caráter terrorista, uso e posse ilegal de armas, confecção de explosivos e sequestro.
Extraditado hoje da Bélgica à França e peça chave na investigação dos ataques na capital francesa, nos quais morreram 130 pessoas e mais de 300 ficaram feridas, Abdeslam foi levado para Fleury-Mérogis, a maior penitenciária da Europa, localizada a 30 quilômetros ao sul de Paris.
Segundo o ministro da Justiça francês, Jean-Jacques Urvoas, o acusado vai ficar detido "sob segurança máxima" na região de Paris, isolado dos demais detidos e sob vigilância de uma equipe especial, com experiência em reclusos perigosos.
De acordo a imprensa local, o terrorista foi levado de helicóptero da prisão belga de Beveren para o aeroporto de Villacoublay, nos arredores de Paris, sob escolta do corpo de elite da guarda francesa.
Do aeroporto, Abdeslam seguiu para o palácio da Justiça de Paris onde vai ficar diante de um dos juízes de instrução do caso relativo aos atentados de Paris, que causaram 130 mortes. O Ministério Público francês havia pedido a detenção provisória para o suspeito.
Berton afirmou ter ficado surpreso com a rapidez das autoridades belgas em entregar Abdeslam à França. Ele deve ser interrogado amanhã.
O advogado lembrou que o próprio Abdeslam pediu para ser entregue às autoridades francesas, com as quais disse que vai cooperar.
Em declarações à emissora France Info, o advogado do terrorista afirmou, depois de um encontro com Abdeslam na Bélgica, que a atitude do seu cliente não será a "de se manter em silêncio", como comumente acontece em casos de crimes de terrorismo.
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