Em breve comunicado, governo israelense anuncia que Dani Dayan vai ocupar cargo nos EUA. Tel Aviv retrocede assim de uma contenda com Brasil sobre nomeação do ex-líder de assentamento para embaixador em Brasília.
Em nota, o governo israelense afirmou
nesta segunda-feira (28/03) que Dani Dayan, nome escolhido inicialmente
para embaixador no Brasil, irá ocupar a posição de cônsul-geral em Nova
York.
Tel Aviv recua, assim, de uma disputa
com Brasília em torno das ligações de Dayan com os assentamentos
israelenses na Cisjordânia ocupada.
A decisão segue uma disputa de quase
oito meses com o governo brasileiro em torno da nomeação de Dayan. O
governo brasileiro, que apoia a campanha por um Estado Palestino, havia
relutado em aceitar a indicação do ex-líder de assentamento.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin
Netanyahu, inicialmente prometeu manter-se firme sobre a nomeação de
Dayan, nascido na Argentina – mesmo se isso significasse uma piora das
relações com o Brasil –, já que uma rejeição prejudicaria os
assentamentos, considerados ilegais pela maioria das potências mundiais.
"Não acho que cedemos. Não havia
escolha", disse Dayan à rádio do Exército israelense, questionado sobre a
nova indicação. "Aqueles que não queriam que fôssemos a Brasília
acabaram nos conduzindo a Nova York, a capital do mundo."
Dayan previamente argumentava que se o
Brasil fosse bem-sucedido em excluí-lo, poderia abrir o precedente de
impedir que líderes de assentamentos representassem Israel no exterior.
Em 17 de março, o Ministério das
Relações Exteriores de Israel disse que buscava nova escolha para o
posto de embaixador em Brasília, substituindo Dayan. Mas o Ministério
rapidamente removeu o comunicado, dizendo que o havia emitido por
engano.
"Não" diplomático
O governo da presidente Dilma reconheceu
a autonomia palestina em 2010 e manteve um silêncio gélido sobre a
nomeação de Dayan em agosto passado, o que no protocolo diplomático
significa objeção a uma proposta.
A aprovação de um novo embaixador é
normalmente dada dentro de duas a três semanas, e qualquer demora
implica que a nomeação não foi aprovada.
Posteriormente, a presidente Dilma
Rousseff enviou mensagem a Israel, informando Tel Aviv sobre a rejeição
do nome do antigo dirigente colono.
Dayan serviu como presidente do Conselho
Yesha, entre 2007 e 2013, uma organização criada para promover
assentamentos judaicos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Ele liderou a
oposição ao plano de "desligamento", que previu a retirada dos
assentamentos israelenses na Faixa de Gaza.
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