A Coreia do Norte ameaçou nesta
quarta-feira atacar a Casa Azul, residência oficial da presidente
sul-coreana, Park Geun-hye, uma nova ofensiva verbal do regime
norte-coreano em meio a alta tensão pelas manobras militares da Coreia
do Sul e dos Estados Unidos na península.
A Casa Azul, localizada na região norte
de Seul, "pode se transformar em um mar de fogo e arder em cinzas se
pressionarmos um botão e lançarmos nossos ataques", afirmou o Comitê
para a Reunificação Pacífica de Coreia, o órgão de Pyongyang encarregado
das relações com a Coreia do Sul.
No comunicado, divulgado pelo site
norte-coreana "Uriminzokkiri", o Comitê afirmou que "desde este momento
nossas forças militares e revolucionárias promoverão uma guerra de
represálias para eliminar, em nome da justiça, os seguidores dos EUA e
de Park Geun-hye".
"Se a Coreia do Norte realizar algum tipo
de provocação contra nós, nossas forças armadas castigarão com
severidade" o país comunista, disse à Agência Efe uma representante do
Ministério da Unificação.
O governo sul-coreano considerou, além
disso, que a "Coreia do Norte será responsável por qualquer repercussão"
neste conflito e exigiu que o regime dos Kim abra mão do
desenvolvimento de armas nucleares e de mísseis de longo alcance.
O Comitê para a Reunificação Pacífica
também afirmou que a Coreia do Norte não pronuncia palavras vazias,
apesar de nos últimos anos ter lançado várias ameaças deste tipo sem
chegar a concretizar ataque algum.
Também advertiu que Pyongyang está
perdendo a paciência com as "imprudentes provocações" da Coreia do Sul e
dos EUA, em referência às manobras militares realizadas em território
sul-coreano desde o início de março, e que durarão até final de abril.
Como parte destas manobras, as maiores
até agora, com mais de 17 mil tropas americanas e 300 mil sul-coreanas,
na terça-feira começou um exercício naval de grande escala, com a
participação de um porta-aviões americano de propulsão nuclear.
A Coreia do Norte, que considera os
exercícios dos aliados um "ensaio de invasão", já respondeu com ameaças
de um ataque preventivo e vários lançamentos ao mar de mísseis de curto e
médio alcance, o último deles na segunda-feira.
Essa última ameaça também está inserida
na atmosfera de tensão intensificada desde janeiro, quando Pyongyang
realizou seu quarto teste nuclear, e que piorou em fevereiro quando o
país um foguete espacial com tecnologia de mísseis de longo alcance.
Em resposta a essas ações, o Conselho de
Segurança da ONU emitiu uma resolução que endureceu as restrições
financeiras e comerciais à Coreia do Norte, para bloquear sua economia e
forçá-lo a abandonar o desenvolvimento nuclear e de mísseis.
Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão
complementaram a resolução da ONU com suas próprias sanções comerciais
unilaterais ao regime de Kim Jong-un.
ONU retira sanções a navios acusados de colaborar com Pyongyang¹
A pedido de Pequim, o Conselho de
Segurança da ONU aceitou suspender as sanções impostas a quatro navios
suspeitos de colaborarem nos programas militares norte-coreanos -
informaram fontes diplomáticas nesta terça-feira.
Essas sanções faziam parte de uma série
de medidas muito estritas decididas pelo Conselho em 2 de março, por
iniciativa dos Estados Unidos, em represália ao quarto teste nuclear de
Pyongyang em janeiro passado.
O Conselho elaborou uma lista negra com
31 navios alugados pela companhia marítima norte-coreana Ocean Maritime
Management (OMM). Sobre a OMM já pesam sanções internacionais por sua
contribuição para os programas nuclear e balístico da Coreia do Norte.
"O Conselho aceitou a demanda" chinesa, indicou um diplomata.
Desde 6 de janeiro, quando a Coreia do
Norte lançou seu quarto teste nuclear, a tensão subiu na península. Um
mês depois do teste, Pyongyang disparou vários foguetes de longo
alcance, considerados pela comunidade internacional como testes
dissimulados de mísseis balísticos.
O Conselho de Segurança da ONU respondeu, decretando as sanções mais duras já impostas ao país comunista.
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