Forças especiais ficarão estacionadas em Al-Shairat e uma grande ofensiva deve ocorrer até o fim de março
Su-35S
A força expedicionária da Rússia na
guerra da Síria, vai ter três bases próprias - uma delas, a terceira,
capaz de receber até 100 aviões e abrigar tropas de terra - os spetsnaz,
fuzileiros treinados para atuar sob condição crítica, violenta. Será,
ainda, o núcleo de concentração dos soldados da OMS, ou Companhia
Wagner, mercenários russos obrigatoriamente contratados como seguranças
dos centros militares, de autoridades locais e de pontos sensíveis, como
centrais de geração de energia.
Há cinco dias, estão em Hmeimim
quatro caças Su-35S novos em folha, recém saídos da fábrica do consórcio
Komsomolsk. É o mais poderoso jato de ataque da aviação russa, capaz de
voar a 2.400 km/h e levar mísseis de vários tipos, bombas inteligentes,
foguetes e cargas explosivas até 8,5 toneladas. O radar de bordo pode
localizar 15 alvos a até 400 km, priorizá-los pelo grau de ameaça,
selecionando armamento adequado contra os seis de maior risco.
O local da nova base é Al-Shairat, na
região central do território sírio. A instalação é prioritária. No
local, funciona um grupamento aéreo da Síria que vai ser transferido
para Damasco. A reforma precisa estar pronta em, no máximo, três
semanas. O Ministério da Defesa russo estaria preparando uma vasta
ofensiva aérea para essa época, o fim de março, o que exigiria um centro
de comando, inteligência e controle.
A posição de Al-Shairat é estratégica,
próxima de Homs, um polo financeiro que continua funcionando
regularmente mesmo sob as circunstâncias críticas do conflito. O chefe
militar de Moscou na Síria, general Alexandre Dvornikov, anunciou a
expansão da base aeronaval de Tartus, no Mediterrâneo. É uma herança da
ex-União Soviética mantida há 45 anos e vai para receber, “em caso de
necessidade”, flotilhas de suporte às ações de combate.
As principais instalações de sustentação
da intervenção russa na luta contra o Estado Islâmico e as milícias de
oposição armada ao regime do presidente Bashar Assad funcionam em
Hmeimim, em Latakia.
Matador. À disposição desse centro há 57
bombardeiros - cinco deles, imensos Tupolev-160, originalmente
planejados para executar bombardeios nucleares -, ao menos oito
Sukhoi-34, avançados caças táticos de ataque ao solo, 17 helicópteros,
um jato de alerta avançado Il-20M, e três baterias de defesa antiaérea,
uma das quais do tipo S-400, a mais moderna do arsenal russo, para
derrubar aeronaves no limite de 40 km a 400 km.
Desde que um Su-24 foi abatido por um
F-16 americano, interceptador, usado pela Turquia, os esquadrões de
destruição voam escoltados por dois Su-30, preparados para bombardear
objetivos em terra.
O advento dos Su-35S aumenta o poder de
fogo russo e dá dimensão à disposição política da tropa mobilizada pelo
presidente Vladimir Putin em resposta ao pedido de apoio militar de
Assad. Os quatro supersônicos foram entregues pelo fornecedor à força
russa em dois lotes, entre outubro e novembro. Passaram por testes de
aceitação durante oito semanas e foram em seguida deslocados para
Hmeimim.
Cada um deles representa o estado da arte
da indústria aeronáutica militar da Rússia. Nos Estados Unidos, o
Departamento de Defesa usa o Su-35S nas simulações eletrônicas de
treinamento em combate dos pilotos do F-22 Raptor, o caça mais
sofisticado do mundo.
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