Pequim minimiza mobilização de armamento no Mar da China Meridional









Pequim afirmou que está há muito tempo mobilizando armamento em uma ilha disputada do Mar da China Meridional, indicou um meio de comunicação oficial nesta quinta-feira, minimizando as acusações dos Estados Unidos sobre uma "amplificação da militarização" na zona.
Um funcionário americano havia indicado que a China mobilizou mísseis terra-ar na ilha Woody do arquipélago das Paracelso, controlado por Pequim, mas reivindicado por Taiwan e Vietnã.
Previamente, o canal Fox News e o ministério taiwanês da Defesa haviam dado esta informação.
Segundo o ministério chinês da Defesa, citado pelo Global Times, vinculado ao Partido Comunista, não se trata de nada novo, já que a "China está há muito tempo mobilizando armamento na ilha". O artigo não especificou de qual armamento se trata.
O ministério acrescentou que o arquipélago "é um território histórico da China" e disse que "dispõe neste território do direito legítimo e legal de mobilizar equipamentos de Defesa".
Os comentários respondem ao secretário de Estado americano John Kerry, que na quarta-feira denunciou a amplificação da militarização, por parte de Pequim, no mar da China Meridional. A zona, uma importante rota comercial pela qual transita um terço do petróleo mundial, é um foco habitual de tensão entre os países ribeirinhos, que mantêm reivindicações rivais.
Pequim reivindica seus direitos soberanos em quase todo o mar da China Meridional, onde a partir dos arrecifes de corais das ilhas Spratly, outro arquipélago, fez portos, pistas de pouso e diversas infraestruturas.
Vietnã, Filipinas, Brunei, Malásia e Taiwan têm reivindicações em uma parte deste mar, e estão muito preocupados com as demonstrações de força de seu vizinho.
Washington afirma que Pequim ameaça o livre trânsito de uma zona de vital importância, e nos últimos meses enviou navios de guerra à zona.

Kerry denuncia 'aumento da militarização' de Pequim no Mar da China

O secretário de Estado americano, John Kerry, denunciou nesta quarta-feira o "aumento da militarização" de Pequim no Mar da China Meridional, uma região que tem sido cenário de tensões recorrentes entre vários países asiáticos e que "preocupa" Washington.
"Há provas todos os dias de que tem havido um aumento da militarização, de uma forma ou de outra. É um assunto de grave preocupação", disse Kerry a jornalistas no Departamento de Estado, depois que Taiwan assegurou nesta quarta-feira que Pequim disparou mísseis terra-ar sobre uma ilha no Mar da China Meridional.
Kerry lembrou que o presidente chinês, Xi Jinping, tinha "declarado que a China não militarizaria o Mar da China Meridional", durante seu encontro com o presidente americano, Barack Obama, em Washington, no fim de 2015.
"Tivemos estas discussões com os chineses e confio em que nos próximos dias voltaremos a ter conversações sérias sobre isto", acrescentou o chefe da diplomacia americana.
Kerry expressou a "esperança de que a China compreenda que é importante resolver os assuntos (de soberania territorial) no Mar da China Meridional, não através da ação unilateral, não à força, não pela militarização, mas pela diplomacia e trabalhando com outros países" asiáticos.
O ministro taiwanês da Defesa confirmou a existência de mísseis terra-ar ao reagir a uma reportagem da emissora americana Fox News, que dava conta do dispositivo na ilha de Woody (Yongxing em chinês).
Já Pequim reivindicou o direito a construir sistemas de "autodefesa" nesta região estratégica para o comércio mundial e rica em recursos petroleiros.
Na terça-feira, ao final de uma cúpula informal entre os Estados Unidos e os países da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), Obama exortou tomar "medidas tangíveis" para diminuir a tensão no Mar da China Meridional e pediu o cessar de "qualquer nova construção e por fim à militarização das zonas em disputa".
A China controla desde os anos setenta o conjunto do arquipélago das ilhas Paracelso ("Xisha"), também reivindicadas por Vietnã, Taiwan, Filipinas, Malásia e Brunei.
Oficialmente, Washington permanece neutro em assuntos de soberania, mas desde 2015 denuncia esta "militarização" da região por Pequim e apoia os países do Sudeste Asiático.

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