Uma coalizão
internacional está forçando o recuo de militantes do Estado Islâmico
nos seus redutos no Iraque e na Síria, mas o grupo está ameaçando a
Líbia e poderia se apropriar dos recursos do petróleo do país, disse o
secretário de Estado norte-americano, John Kerry, nesta terça-feira.
Autoridades
de 23 países se encontraram em Roma para avaliar o conflito contra os
militantes do Estado Islâmico, que criaram um auto-proclamado califado
em territórios da Síria e do Iraque e estão se espalhando para outros
países, em particular a Líbia.
Enquanto
autoridades ocidentais se preocupam com a crescente ameaça representada
pelo Estado Islâmico na ex-colônia italiana, não houve indicações de que
as potências mundiais estejam preparando uma grande ofensiva militar
contra o grupo no local por agora.
Forças do
Estado Islâmico têm atacado a infraestrutura de petróleo na Líbia e
estabeleceram uma base na cidade de Sirte, explorando um vácuo de poder
no país do norte da África, onde há dois governos rivais em confronto.
"Esse país
tem recursos. A última coisa no mundo que você quer é um falso califado
com acesso a bilhões de dólares em petróleo”, disse Kerry.
Sob um plano
apoiado pelas Nações Unidas para uma transição política, espera-se que
os dois governos líbios formem um governo de unidade, mas, um mês depois
da assinatura do acordo em Marrocos, a sua implementação é atrapalhada
por confrontos.
EUA e aliados realizam 20 ataques aéreos no Iraque e 6 na Síria
Os Estados
Unidos e aliados realizaram 20 ataques aéreos contra o Estado Islâmico
no Iraque e seis na Síria na segunda-feira, informou a coalizão que
lidera as operações em comunicado nesta terça-feira.
As ações em
solo iraquiano incluíram seis perto de Qayyarah, três nas proximidades
de Kisik e oito próximas de Ramadi e Mosul, quatro em cada cidade, onde
destruíram um esconderijo de explosivos caseiros do Estado Islâmico, um
ponto de checagem dos militantes, quatro áreas de armazenamento e um
esconderijo de armas, informou a Força-Tarefa Conjunta Combinada.
Houve outras
ofensivas perto de Albu Hayat, onde uma unidade tática foi atingida e
uma área de armazenagem destruída, e em Habbaniyah, onde um ataque aéreo
destruiu dois veículos, três escavadeiras e outro esconderijo de
explosivos caseiros, segundo a coalizão.
Uma unidade tática da facção radical ainda foi alvejada em um ataque perto de Sinjar.
Na Síria,
segundo a coalizão, dois ataques próximos do bastião dos militantes em
Raqqa destruíram três escavadeiras e uma unidade tática. Duas válvulas
de poço de usinas de separação de gás e petróleo foram atingidas por
dois ataques perto de Dayr Az Zawr e duas ações em Manjib tiveram como
alvo uma instalação de treinamento, destruindo três prédios, disse a
força-tarefa.
Exército da Síria e aliados realizam grande ofensiva ao norte de Aleppo
O Exército
da Síria e seus aliados obtiveram novos avanços nesta terça-feira
durante uma grande ofensiva que pode cortar as linhas de suprimentos dos
insurgentes entre a cidade de Aleppo, no noroeste sírio, e a fronteira
com a Turquia, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos,
sediado em Londres.
Os avanços,
apoiados por milícias aliadas e pela forte presença aérea dos russos e
que também foi relatado pela mídia estatal, parece ter visado abrir
caminho em territórios dominados pelos rebeldes ao norte de Aleppo para
obter acesso aos vilarejos xiitas de Nubul e al-Zahraa.
Eles são leais a Damasco e estão cercados por grupos de oposição ao governo.
Trata-se da
primeira ofensiva de vulto ao norte de Aleppo – cidade dividida em áreas
sob posse do governo e de seus adversários – desde que a Rússia iniciou
sua campanha aérea em apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad, no
dia 30 de setembro passado.
Damasco e
seus seguidores promoveram uma série de ofensivas no oeste da Síria,
embora a Organização das Nações Unidas (ONU) esteja tentando mediar
conversas de paz entre as partes em conflito em Genebra, e recentemente
ocupou cidades importantes no noroeste e no sudoeste.
Na
segunda-feira, eles tomaram o vilarejo estratégico de Hardatnin, cerca
de 10 quilômetros a noroeste de Aleppo, disse o Observatório.
No mês
passado, o Exército e combatentes aliados ganharam terreno em regiões
costeiras e também realizaram um ataque de larga escala contra os
insurgentes no sul do país.
Governo da Síria diz ainda ser muito cedo para iniciar conversas de paz indiretas
O chefe da
delegação da Síria presente nas conversas de paz entre as partes em
conflito em Genebra disse nesta terça-feira que as coisas ainda se
encontram em uma fase preparatória e que está esperando o enviado
especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Staffan de
Mistura, lhe fornecer uma lista da equipe de negociação dos opositores.
"As
circunstâncias das formalidades ainda não estão prontas. Estamos no
estágio preparatório antes do lançamento oficial das negociações
indiretas", declarou Bashar al-Jaafari aos repórteres depois de uma
reunião de duas horas e meia com De Mistura.
"Para
prepararmos o lançamento oficial, temos que ter a presença das duas
delegações, mas, por outro lado, a delegação não foi finalizada",
afirmou, acrescentando que De Mistura se deu conta nesta terça-feira de
que as circunstâncias para as conversas indiretas ainda não são
adequadas.
Ele reiterou que não deve haver pré-condições para iniciá-las.
Representantes
da oposição dizem que não irão negociar a menos que o governo pare de
bombardear áreas civis, suspenda bloqueios e liberte detidos.
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