A Coreia do
Norte informou que vai expulsar todos os sul-coreanos do Complexo
Industrial de Kaesong, que administra com o país vizinho, nesta
quinta-feira, classificando a decisão de Seul de suspender as operações,
em retaliação ao lançamento de um foguete de longo alcance de Pyongyang
no domingo, como uma "declaração de guerra".
Os
norte-coreanos declararam o parque industrial, símbolo de cooperação das
Coreias durante mais de uma década, uma zona de controle militar,
afirmou a agência que lida com suas relações com o Sul, segundo a
agência estatal de notícias KCNA.
Dezenas de
caminhões sul-coreanos já retornavam pela fronteira no início desta
quinta-feira, repletos de mercadorias e equipamentos, depois de Seul
comunicar sua saída.
"Imperdoável
o ato desse grupo de marionetes de suspender totalmente a operação (em
Kaesong), vendo erro no teste da bomba H e no lançamento do satélite da
República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país)", afirmou
o norte-coreano Comitê para a Reunificação Pacífica da Coreia,
referindo-se à Coreia do Sul.
A isolada
Coreia do Norte desqualifica o Sul frequentemente, chamando o vizinho de
marionete dos Estados Unidos, e com a mesma regularidade acusa ambos de
atos de guerra contra si.
Pyongyang
testou o que disse ser uma bomba de hidrogênio no dia 6 de janeiro, e no
final de semana passado lançou um foguete que colocou um satélite em
órbita.
EUA, Japão e
Coreia do Sul acreditam que a manobra de domingo foi um teste de míssil
balístico, que assim como seu quarto teste nuclear viola resoluções do
Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O Senado
norte-americano votou unanimemente a favor de sanções mais rígidas.
A Coreia do
Norte expulsou os sul-coreanos da zona industrial no final da tarde
local, proibindo que levassem mais do que seus pertences pessoais, disse
a KCNA. Após o anúncio do Norte, a Coreia do Sul declarou que sua
prioridade máxima é o retorno seguro de seus cidadãos.
Coreia do Sul suspende operações em parque industrial conjunto com o Norte
A Coreia do
Sul suspendeu nesta quarta-feira as operações em um parque industrial
conjunto localizado pouco depois da fronteira com a Coreia do Norte após
o lançamento de um foguete de longo alcance de Pyongyang no último
final de semana, cortando assim uma importante fonte de renda do
empobrecido vizinho do norte.
A decisão de
interromper os trabalhos no Complexo Industrial de Kaesong põe fim à
única forma significativa de interação diária na divisa altamente
militarizada das duas nações.
A Coreia do
Norte colocou em órbita o que afirma ser um satélite de observação no
domingo, embora os Estados Unidos e Seul vejam o lançamento como um
teste de míssil balístico, o que viola resoluções do Conselho de
Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
A Coreia do
Sul tem 124 empresas no Complexo de Kaesong, a maioria de pequeno e
médio portes, e até agosto passado empregava 54.700 trabalhadores
norte-coreanos. Os salários destes empregados são pagos a uma agência
estatal de seu país.
A suspensão
das atividades ocorre no momento em que os EUA e a Coreia do Sul
pressionam por sanções mais duras da ONU contra o norte em reação ao
lançamento recente e à realização de seu quarto teste nuclear no dia 6
de janeiro.
O ministro
da Unificação da Coreia do Sul, Hong Yong-pyo, disse à imprensa que se
desconfia que Pyongyang utilize fundos de Kaesong em seus programas de
armas nucleares e de mísseis de longo alcance, e a interrupção das
operações almeja frear essa transferência de recursos.
"Não
conseguiremos interromper os programas nucleares e de mísseis da Coreia
do Norte nos atendo ao mesmo tipo de reação que temos adotando todo esse
tempo", afirmou Hong em um boletim.
O complexo
de Kaesong começou a funcionar em 2005 e era a última área de cooperação
entre as nações rivais desde sua primeira cúpula de 2000, que deu
início a um período de descongelamento nos laços políticos e comerciais.
O parque industrial gerou receitas de 110 milhões de dólares para os
norte-coreanos no ano passado, disse Hong.
Não houve reação imediata da mídia estatal da Coreia do Norte à decisão de seu vizinho de península.
Japão impõe sanções à Coreia do Norte depois de lançamento de satélite
O Japão
afirmou nesta quarta-feira que vai impor sanções à Coreia do Norte
depois do lançamento de um satélite observado por Washington e seus
aliados, incluindo Tóquio, como desculpa para o desenvolvimento de
tecnologia de míssil balístico que pode ser usado para lançar armas
nucleares.
Segundo autoridades do Japão, a remessa de dinheiro para a Coreia do Norte está, em princípio, proibida.
O Japão
aliviou algumas sanções sobre a Coreia do Norte em julho de 2014, depois
de o governo de Pyongyang ter reaberto investigação sobre o paradeiro
de cidadãos japoneses que foram capturados por agentes norte-coreanos há
décadas para ajudar no treinamento de espiões, apesar de pouco
progresso ter sido alcançado desde então.
Coreia do Norte executa chefe do Estado Maior do Exército, diz mídia sul-coreana
A Coreia do
Norte executou o chefe do Estado Maior do Exército, Ri Yong Gil, relatou
a agência de notícias sul-coreana Yonhap nesta quarta-feira, o que, se
for verdade, seria a mais recente de uma série de execuções, expurgos e
desaparecimentos ocorridos no governo de seu jovem líder, Kim Jong-un.
A notícia
veio à tona em um momento de elevação das tensões em reação à isolada
Coreia do Norte, que lançou um foguete de longo alcance no último
domingo, cerca de um mês depois de atrair repúdio global pela realização
de seu quarto teste nuclear.
Uma fonte
familiarizada com assuntos norte-coreanos também disse à Reuters que Ri
foi executado. A fonte não quis ser identificada, dada a delicadeza do
tema.
Ri, que era o
chefe do Estado Maior do Exército do Povo Coreano, foi morto este mês
por corrupção e conspiração, reportaram a Yonhap e outros veículos da
mídia sul-coreana.
A Yonhap não revelou suas fontes, e a fonte que deu a informação à Reuters não quis comentar como ela foi obtida.
O Serviço
Nacional de Inteligência da Coreia do Sul se recusou a comentar, e não
foi possível verificar o relato de forma independente.
O país comunista raramente emite comunicados públicos relacionados a execuções e expurgos de autoridades de alto escalão.
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