Teerã afirma que novas retaliações a programa de mísseis balísticos não têm "legitimidade legal ou moral". Punições são anunciadas no dia seguinte à suspensão de sanções ao programa nuclear iraniano.
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Em outubro de 2015, o Irã divulgou imagens de seu sistema subterrâneo onde mísseis são armazenados
O Irã afirmou nesta segunda-feira (18/01)
que novas sanções impostas pelos EUA ao programa de mísseis balísticos
iraniano são ilegítimas e não passam de propaganda, prometendo uma
reação.
"A República Islâmica vai responder a
essas medidas agravantes e propagandísticas prosseguindo com seu
programa de mísseis legal de maneira mais intensa e desenvolvendo suas
capacidades defensivas", disse o Ministério do Exterior iraniano em
comunicado.
As novas retaliações dos EUA foram
anunciadas apenas um dia após sanções europeias e americanas ao programa
nuclear iraniano terem sido suspensas . Sinalizando que tensões entre
Washington e Teerã persistem, foram penalizadas 11 empresas e indivíduos
ligados ao programa de mísseis da República Islâmica.
"As sanções dos EUA ao programa de
mísseis balísticos do Irã não têm legitimidade legal ou moral", afirmou
Hossein Jaberi Ansari, porta-voz do Ministério do Exterior iraniano. Ele
argumentou que armas americanas vendidas a aliados no Oriente Médio,
totalizando dezenas de bilhões de dólares por ano, são usadas para
cometer "crimes de guerra contra cidadãos palestinos, libaneses e, mais
recentemente, iemenitas".
O Irã realizou um teste com um míssil
balístico em outubro do ano passado, o qual a ONU classificou como
violação de uma resolução que proíbe a República Islâmica de desenvolver
mísseis capazes de transportar ogivas nucleares. O presidente
americano, Barack Obama, também afirmou neste domingo que o teste violou
acordos internacionais. Teerã insiste que o míssil foi projetado para
transportar carga convencional.
Acordo nuclear
No sábado, a Agência Internacional de
Energia Atômica (AIEA) anunciou que o Irã cumpriu todas as exigências do
acordo nuclear firmado com o chamado Grupo 5+1, composto por Estados
Unidos, Rússia, Reino Unido, França, China e Alemanha. Em seguida, a
chefe de diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, anunciou
o fim das sanções econômicas e financeiras ao programa nuclear de
Teerã.
Obama classificou o acordo como um avanço
diplomático, observando, no entanto, que persistem "profundas
diferenças" com Teerã em relação às "atividades desestabilizadoras do
país".
Nesta segunda-feira, ministros do Exterior da UE elogiaram o acordo nuclear, tentando desviar o foco das novas sanções dos EUA.
O presidente iraniano, Hassan Rouhani,
prometeu que o fim das sanções internacionais ao programa nuclear
impulsionaria a economia do país, com a República Islâmica podendo agora
aumentar significativamente suas exportações de petróleo.
Nesta segunda-feira, temores de um
possível excesso de oferta, devido ao fim das sanções ao Irã, levaram o
petróleo a ser comercializado na Ásia por menos de 28 dólares o barril, o
menor valor em quase 13 anos .
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