O chefe do
serviço de espionagem interno da Grã-Bretanha, Andrew Parker, disse que
os militantes islâmicos representam a maior ameaça vista por ele no país
em seus 32 anos no serviço de inteligência, em declaração feita no
momento em que busca novos poderes de vigilância digital para manter os
britânicos seguros.
Chefe do
MI5, Parker disse novamente que os militantes estão planejando ataques
para causar vítimas em massa, e que a ameaça atual é "em uma escala e em
uma intensidade que eu não tinha visto antes na minha carreira", de
acordo com a transcrição de um discurso proferido na quarta-feira.
Suas
observações coincidem com os planos do primeiro-ministro, o conservador
David Cameron, de reforçar os poderes dos espiões e policiais.
"(O Estado
Islâmico) utiliza toda a gama de ferramentas modernas de comunicação
para espalhar a sua mensagem de ódio, e para inspirar os extremistas,
por vezes adolescentes, para realizar ataques de qualquer forma que
puderem", disse.
Chefes de
inteligência e Cameron têm argumentado há anos que as agências de
segurança precisam de mais poderes para lidar com a ameaça e prevenir
outro ataque na escala dos atentados suicidas de Londres, em 2005,
quando quatro muçulmanos britânicos mataram 52 pessoas.
A oposição a
mais vigilância é generalizada, inclusive dentro do Partido
Conservador, de Cameron, alimentada em parte pelas denúncias do
ex-espião norte-americano Edward Snowden de que agentes dos EUA e da
Grã-Bretanha estavam monitorando em massa as comunicações.
Ativistas em
defesa dos direitos humanos e da privacidade também são ferozmente
contrários a medidas que eles dizem ser uma agressão às liberdades. As
novas leis propostas devem começar a transitar pelo Parlamento da
Grã-Bretanha na próxima semana.
Um esforço
em 2012 para reforçar o alcance dos serviços de segurança foi bloqueado
pelos Liberais Democratas, então membros da coalizão governista.
Em agosto, a
Grã-Bretanha elevou o nível de ameaça terrorista para "severa", a
segunda categoria mais elevada, o que significa que um ataque é
considerado altamente provável. Isso se deveu em grande parte o perigo
que as autoridades atribuem aos combatentes do Estado Islâmico e as
centenas de britânicos que se juntaram a eles.
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