Conheça o Sinai, reduto do Estado Islâmico no Egito



Avião russo com 224 ocupantes caiu no deserto do Sinai.
Em seu litoral banhado pelo Mar Vermelho há várias cidades turísticas. 

Da France Presse

O deserto do Sinai, onde caiu um avião russo causando a morte de seus 224 ocupantes, é uma vasta península da região leste do Egito, sacudida pelas ações armadas dos jihadistas do Estado Islâmico (EI).
Zona semidesértica na fronteira com Israel, o Sinai é uma península semidesértica de 60.000 km2 na região leste do Egito, situada entre o Canal de Suez, a oeste, e Israel e a Faixa de Gaza, a oeste, e a Faixa de Gaza, a leste. Em seu litoral banhado pelo Mar Vermelho, há várias cidades turísticas como Sharm el-Sheikh, o balneário mais conhecido, mas todas elas estão longe do norte do Sinai, um reduto do Estado Islâmico.
A posição estratégica desta península determinou sua história há décadas. Em 1979, Israel e Egito assinaram um acordo de paz segundo o qual os tanques egípcios deveriam se retirar do Sinai. Por outra parte, a presença de Israel na fronteira com o Egito e a questão palestina alimentam as reivindicações dos grupos jihadistas presentes na zona.

Rancor dos beduínos
Durante anos, os beduínos do Sinai foram hostis às autoridades egípcias, cuja única presença na zona parece ser a dos controles policiais. Muitos se sentem maltratados pelas autoridades e reclamam os mesmos direitos que o demais egípcios. Os habitantes da região reclamam escolas, estradas e que não haja corte de eletricidade.
Segundo vários especialistas, este abandono das autoridades e o rancor da população explicam a implantação dos jihadistas na península, primeiro os da Al-Qaeda, no final dos anos 2000, e mais recentemente os do Estado Islâmico.
Redutos do EIEntre 2004 e 2006, uma onda de atentados contra as principais cidades turísticas do Sinai (Sharm el-Sheikh, Dahab e Taba) deixou inúmeras vítimas na península.
A partir de 2011, aumentou a tensão, resultado da revolução egípcias e de suas consequências políticas. Mas é a partir de 2013, depois da queda por parte do exército do presidente islamita Mohamed Mursi, que os ataques se multiplicaram.
A maioria dos atentados foram reivindicados pela chamada "Província do Sinai", a facção do EI no Egito. Este grupo se chamava Ansar Beit al Maqdis, mas mudou de nome para enfatizar sua adesão ao EI.
Os combates se concentram no nordeste do Sinai, principalmente no triângulo formado por Al-Arish, Rafah e Sheikh Zuweid. No entanto, segundo os primeiros resultados da investigação, o avião da companhia russa Metrojet caiu no centro da península, longe da insurreição jihadista.
Desde meados de 2012, quando lançou sua ofensiva contra os jihadistas, o exército sofreu muitas baixas na região e anuncia com frequência a morte ou a captura de rebeldes, uma informação que nem sempre pode ser verificada.

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