A CRISE NA VENEZUELA E O CONVENIENTE INIMIGO EXTERNO
Inicialmente é bom ter em mente que a guerra da Síria começou como um levante pacífico contra o presidente Bashar al-Assad e se converteu em um conflito brutal e sangrento, que não apenas afeta a população local, mas, também, arrasta para ela potências regionais e internacionais. A ONU estima que a guerra tenha deixado cerca de 400 mil mortos e provocado um êxodo de mais de 4,5 milhões de pessoas do país.
No dia 27 Nicolas Maduro esteve na 41 Brigada Blindada, Fuerte Paramacay, e também em Puerto Cabello com unidades de veículos anfíbios da Marinha. No dia 29 Exercícios Militares na Base Aérea El Libertador, Maracay, estado Aragua. Demonstração com unidades de aviação e da "42 Brigada de Infantería Paracaidista" No dia 30 "Despertamos con el sol de nuestro Esequibo" para iniciar a Marcha Militar com o pessoal acantonado na REDI Capital (Region de Defensa Integral) e o Estado-Maior da FANB |
É compreensível que muitos venezuelanos coloquem sua esperança de libertação nos outros. Numa força externa que pode ser a "opinião pública", as Nações Unidas, a Organização dos Estados Americanos, o Grupo de Lima, um determinado país, ou as sanções econômicas e políticas internacionais.
A queda de um regime autoritário e corrupto não traz consigo uma utopia, e certamente não apaga todos os outros problemas nessa sociedade, pelo contrário, ela abre o caminho para trabalho duro e longos esforços para construir relacionamentos sociais, econômicos e políticos mais justos, e para a erradicação de outras formas de injustiças e opressão.
A tentativa da comunidade de países de interferir na política interna da Venezuela, para tirar Maduro do Poder, não será uma tarefa simples, banal e gratuita. Todas as formas de intervenção na política interna de outro país têm contrariedades, reações e custos, e, é claro, produzirá vítimas.
Dificuldades a serem superadas na solução da crise:
- interesses políticos e estratégicos de países como Rússia e China podem trazer para a região, por esses países e os Estados Unidos, a moderna forma de conflito vivido atualmente (“Guerra de Nova Geração” que valida as teorias chaves da “Guerra Híbrida”);
- mercenários Russos do Grupo Wagner em ação no país. Contratados pela Rússia para missões militares secretas, eles se dirigiram nos últimos dias, de acordo com duas pessoas próximas a essas companhias, à Venezuela para reforçar a segurança do presidente Nicolás Maduro, que enfrenta protestos de oposicionistas apoiados pelos Estados Unidos;
- estrutura do exército de ocupação cubana na Venezuela: Efetivo: 4.500 soldados de infantaria, organizados em 8 batalhões de 500 militares, mais um batalhão estacionado em Fuerte Tiuna;
- base militar iraniana na Venezuela: A base iraniana que está localizada em Zuata, município de Monagas, no estado do Anzoategui é operada por pessoal iraniano. Engenheiros Aeronáuticos têm à disposição em seus silos, já em condições de operação mísseis com alcance de 1.480 km do tipo Sheralabs 3 e três com um alcance de 2.500 Km tipo Alghadv-110. Neste momento eles também são instalados em Paraguaná do mesmo alcance 6 novos mísseis do tipo Alghadv- 110 com alcance de 28ookm.
- a Venezuela é o país sul-americano que mais gastou com armas na última década. Os dados divulgados pelo Instituto Internacional de Pesquisa sobre a Paz (SIPRI), com sede em Estocolmo, mostram que o arsenal do regime chavista vem basicamente de dois países: China e Rússia.
- a Venezuela adquiriu um sistema completo de Defesa Antiaérea de origem russa. Composto de lançadores e radares os principais modelos de sistemas são: S-300VM 30 km Altitude; BUK-2ME 25 km Altitude; S-125 Pechora 2M 20km Altitude; Sistema MANPADS IGLA-S 3,5 km, conseguiu não só os sistemas de mísseis e Comando e Controle (C2), mas também, o conceito de operação e emprego. Há três anos foi o criado o “Comando de Defensa Aeroespacial Integral” (CODAI), sob a chefia do Comando Estratégico Operacional de la Fuerza Armada Nacional Bolivariana (CEOFANB);
- a Venezuela possui uma Milícia formada por homens e mulheres que se alistam de forma voluntária. Em dezembro de 2018 o seu número de membros era de 1.662.338. Junto com o Exército, a Marinha, a Força Aérea e a Guarda Nacional, a Milícia tem como principal função defender o país e o socialismo bolivariano.
- a crise venezuelana também está ligada à situação com o ELN, a guerrilha que o governo da Colômbia, através do Alto Comissariado para a Paz, acusou de ter relações com a chamada "revolução bolivariana" e de manter grupos armados em território venezuelano.
- da mesma forma, a situação na Venezuela, tem a ver com algumas das dissidências das FARC, especialmente aquelas sobre as quais há evidências de que alguns de seus líderes estariam em território venezuelano.
- a Venezuela adquiriu um sistema completo de Defesa Antiaérea de origem russa. Composto de lançadores e radares os principais modelos de sistemas são: S-300VM 30 km Altitude; BUK-2ME 25 km Altitude; S-125 Pechora 2M 20km Altitude; Sistema MANPADS IGLA-S 3,5 km, conseguiu não só os sistemas de mísseis e Comando e Controle (C2), mas também, o conceito de operação e emprego. Há três anos foi o criado o “Comando de Defensa Aeroespacial Integral” (CODAI), sob a chefia do Comando Estratégico Operacional de la Fuerza Armada Nacional Bolivariana (CEOFANB);
- a Venezuela possui uma Milícia formada por homens e mulheres que se alistam de forma voluntária. Em dezembro de 2018 o seu número de membros era de 1.662.338. Junto com o Exército, a Marinha, a Força Aérea e a Guarda Nacional, a Milícia tem como principal função defender o país e o socialismo bolivariano.
- a crise venezuelana também está ligada à situação com o ELN, a guerrilha que o governo da Colômbia, através do Alto Comissariado para a Paz, acusou de ter relações com a chamada "revolução bolivariana" e de manter grupos armados em território venezuelano.
- da mesma forma, a situação na Venezuela, tem a ver com algumas das dissidências das FARC, especialmente aquelas sobre as quais há evidências de que alguns de seus líderes estariam em território venezuelano.
Pode-se estar oferecendo a Maduro a imagem perfeita de um conveniente inimigo externo, e trazendo para a América do Sul um conflito que não é nosso e envolve uma guerra política, informacional e híbrida, como na Síria.
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