Maduro diz que "terroristas" roubaram armas de unidade militar na Venezuela



dirigente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na terça-feira que “terroristas” invadiram uma unidade da Guarda Nacional durante o fim de semana e roubaram armas, no mais recente sinal de instabilidade no país abalado por uma profunda crise econômica.

Óscar Pérez, um piloto da polícia venezuelana procurado por ter lançado granadas e atirado de um helicóptero contra prédios do governo em junho, reivindicou responsabilidade pelo ataque, que chamou de “Operação Genesis”.

Um vídeo publicado na conta de Pérez no YouTube mostra homens armados e mascarados tomando controle de quartéis militares durante a noite. Eles destroem fotos de Maduro e de seu antecessor, o falecido Hugo Chávez, algemam cerca de uma dezena de soldados e os repreendem por apoiar uma “ditadura” na Venezuela.

“Vocês mesmos estão morrendo de fome. Por que não fizeram nada, considerando que têm armas? Por que vocês continuam protegendo esses ditadores traficantes de drogas?”, gritaram os homens para soldados amordaçados e agachados no chão do que parecia ser um banheiro.

“Em breve nós vamos vencer a guerra... para que a Venezuela possa ser livre”, disse Pérez usando uma balaclava preta. A Reuters não foi capaz de confirmar de maneira independente os detalhes do ataque. O Ministério de Informação da Venezuela não respondeu a pedido por comentários.

Venezuela pode banir principais partidos de oposição da eleição presidencial de 2018


A Assembleia Constituinte da Venezuela determinou na quarta-feira que os partidos que boicotaram as eleições locais deste mês perderam legitimidade, o que pode eliminar os principais grupos de oposição da eleição presidencial de 2018.

O decreto da Constituinte, criada em julho em uma votação polêmica boicotada pela oposição e amplamente rejeitada no exterior, enfureceu os opositores venezuelanos e atraiu críticas dos Estados Unidos.
“O governo venezuelano e sua Assembleia Constituinte ilegítima estão inventando regras pelo caminho. Isto não é democracia”, disse a embaixada dos EUA no Twitter.
Os partidos Primeiro Justiça, Ação Democrática e Vontade Popular não apresentaram candidatos para as eleições municipais em protesto contra o que classificaram ser um sistema eleitoral distorcido e concebido para perpetuar a “ditadura” do déspota de esquerda Nicolás Maduro.
Maduro havia alertado que isso poderia lhes custar a participação em votações futuras, e a Constituinte confirmou a posição do presidente na quarta-feira, dizendo que as siglas perderam seu status legal e deveriam se reinscrever no Conselho Nacional Eleitoral.
Dado que o conselho é pró-Maduro e que as autoridades criam obstáculos para a oposição constantemente, isso pode significar que estas legendas estão, na prática, impedidas de concorrer à corrida presidencial prevista para antes do final do ano que vem.
Maduro, de 55 anos, deve concorrer à "reeleição", apesar da situação desastrosa da economia da Venezuela, onde milhões de pessoas estão cortando refeições e lutando para sobreviver em meio a uma das inflações mais altas do mundo e a uma carência generalizada de produtos básicos.
Dois de seus maiores rivais em potencial já estão desqualificados: Leopoldo López, líder do Vontade Popular, está em prisão domiciliar, e Henrique Capriles, líder do Primeiro Justiça, está proibido de ocupar cargos eletivos.
“Alertamos o mundo e todos os governos democráticos que banir partidos políticos de oposição é mais uma medida da ditadura que merece rejeição e condenação”, disse Tomas Guanipa, colega de partido de Capriles.
Maduro e seus aliados afirmam que a Constituinte levou paz ao país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) depois de meses de protestos da oposição ocorridos no início deste ano e nos quais mais de 125 pessoas morreram. Os manifestantes diziam estar lutando pela liberdade, mas o governo os rotulou de subversivos violentos.
“É hora de os golpistas enfrentarem a Constituição. Não deixem ninguém minar a participação popular e o sistema democrático”, disse a dirigente da Constituinte, Delcy Rodríguez, após a aprovação da medida.

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