Haiti - Após 22 anos ressurge o Exército




CAP-HAITIEN/PORT-AU-PRINCE (Reuters) - O presidente do Haiti anunciou no sábado o restabelecimento do Exército do país depois de 22 anos, uma questão divisória no empobrecido país caribenho que tem uma história de golpes sangrentos e instabilidade política.
O Haiti não tem forças militares desde 1995, quando o ex-presidente Jean-Bertrand Aristide dissolveu o Exército ao retomar o poder após um golpe, deixando a polícia nacional responsável pela segurança.
O retorno do Exército tem sido um tema de divisão em um país que ainda sofre com os efeitos de um terremoto catastrófico e um furacão feroz nos últimos anos, com críticos e ativistas temendo que as forças armadas se intrometam na política e roubem recursos essenciais da educação e cuidados com a saúde.
O presidente haitiano, Jovenel Moise, nomeou o ex-coronel do Exército Jodel Lesage como comandante-chefe em exercício, aproximando as tropas da operação plena. A nomeação ainda precisa ser aprovada pelo Senado do Haiti.
No sábado, Moise recebeu o aguardado retorno do Exército com um desfile com dezenas de soldados camuflados portando rifles na cidade costeira de Cap-Haitien, convidando os haitianos a recordarem a Batalha de Vertieres vencida contra os colonialistas franceses há exatamente 214 anos.
“O Exército é nossa mãe”, disse ele. “Quando sua mãe está doente e usa roupas sujas, você não a mata. Você a leva para o hospital. Então, vamos unir forças para fornecer cuidados necessários à nossa mãe”.
Após a independência do Haiti, os militares realizaram dezenas de golpes e suas forças foram acusadas de violentos abusos dos direitos humanos.
Moise reconheceu esse histórico, mas prometeu que o novo Exército será diferente.


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