Proposta de presidentes russo e turco para solucionar conflito prevê "zona de desescalada" em Idlib. Líderes evitam mencionar acordo de compra de sistema de defesa antiaéreo russo firmado entre Ancara e Moscou.
Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciaram nesta quinta-feira (28/09) que pretendem ampliar a cooperação militar e de inteligência para solucionar o conflito na Síria.
Os líderes propuseram a criação de uma "zona de desescalada" na província síria de Idlib, controlada por rebeldes. "Decidimos intensificar os esforços para tornar operacional a zona de desescalada em Idlib", afirmou o presidente turco, durante uma coletiva de imprensa, em Ancara, ao lado do seu homólogo russo.
Os países apoiam lados opostos na guerra síria. Enquanto a Rússia é o principal aliado do regime de Bashar al-Assad, a Turquia está ao lado dos rebeldes. Na visita oficial à Ancara, Putin procurou estreitar ainda mais os laços com o país, que foram estremecidos após um caça russo ter sido abatido pela Turquia em 2015.
Após o encontro, os líderes trocaram elogios. Putin lembrou que em setembro Rússia, Turquia e Irã conseguiram alcançar um acordo para controlar conjuntamente quatro áreas de cessar-fogo na Síria. "Este sucesso foi possível, em grande parte, graças aos esforços de Erdogan", salientou.
O presidente russo ressaltou que "é preciso continuar cooperando para parar esta guerra civil fratricida e para acabar totalmente com os terroristas". O referendo sobre a independência do Curdistão iraquiano realizado nesta segunda-feira também foi tema do encontro.
Putin se manteve neutro e disse que a postura da Rússia já tinha sido exposta pelo Ministério de Relações Exteriores, que expressou respeito pelos curdos e pediu que as partes dialogassem para resolver a questão.
Apesar de manter o tom neutro, o Kremlin defende a integridade territorial do Iraque para evitar que a região seja desestabilizada. "Concordamos plenamente que é preciso proteger a integridade territorial tanto da Síria como do Iraque", acrescentou Erdogan. "Lamentavelmente, as autoridades regionais cometeram um grande erro ao realizar o referendo, apesar de todas as nossas advertências amáveis, e temos que evitar que cometam erros ainda maiores", ressaltou.
Relações comerciais
Na coletiva de imprensa, ambos os líderes destacaram a excelente evolução das relações bilaterais tanto no setor comercial como no do turismo. Putin disse que o turismo russo com destino à Turquia tinha se multiplicado por 11 nos últimos sete meses, até alcançar 2,5 milhões de viajantes.
Os líderes não mencionaram o acordo firmado entre Ancara e Moscou no início deste mês para a compra de um sistema de defesa antiaéreo russo S-400. Membro da Otan, a Turquia causou preocupação em alguns países da organização ao optar por adquirir o equipamento militar da Rússia.
Alguns de seus aliados argumentaram que o sistema não seria compatível com o utilizado pela Otan. O presidente russo chegou na tarde desta quinta-feira a Ancara, onde foi recebido com honras militares por Erdogan. Além do encontro, os presidentes participaram de um jantar de trabalho com as respectivas delegações.
Os líderes propuseram a criação de uma "zona de desescalada" na província síria de Idlib, controlada por rebeldes. "Decidimos intensificar os esforços para tornar operacional a zona de desescalada em Idlib", afirmou o presidente turco, durante uma coletiva de imprensa, em Ancara, ao lado do seu homólogo russo.
Os países apoiam lados opostos na guerra síria. Enquanto a Rússia é o principal aliado do regime de Bashar al-Assad, a Turquia está ao lado dos rebeldes. Na visita oficial à Ancara, Putin procurou estreitar ainda mais os laços com o país, que foram estremecidos após um caça russo ter sido abatido pela Turquia em 2015.
Após o encontro, os líderes trocaram elogios. Putin lembrou que em setembro Rússia, Turquia e Irã conseguiram alcançar um acordo para controlar conjuntamente quatro áreas de cessar-fogo na Síria. "Este sucesso foi possível, em grande parte, graças aos esforços de Erdogan", salientou.
O presidente russo ressaltou que "é preciso continuar cooperando para parar esta guerra civil fratricida e para acabar totalmente com os terroristas". O referendo sobre a independência do Curdistão iraquiano realizado nesta segunda-feira também foi tema do encontro.
Putin se manteve neutro e disse que a postura da Rússia já tinha sido exposta pelo Ministério de Relações Exteriores, que expressou respeito pelos curdos e pediu que as partes dialogassem para resolver a questão.
Apesar de manter o tom neutro, o Kremlin defende a integridade territorial do Iraque para evitar que a região seja desestabilizada. "Concordamos plenamente que é preciso proteger a integridade territorial tanto da Síria como do Iraque", acrescentou Erdogan. "Lamentavelmente, as autoridades regionais cometeram um grande erro ao realizar o referendo, apesar de todas as nossas advertências amáveis, e temos que evitar que cometam erros ainda maiores", ressaltou.
Relações comerciais
Na coletiva de imprensa, ambos os líderes destacaram a excelente evolução das relações bilaterais tanto no setor comercial como no do turismo. Putin disse que o turismo russo com destino à Turquia tinha se multiplicado por 11 nos últimos sete meses, até alcançar 2,5 milhões de viajantes.
Os líderes não mencionaram o acordo firmado entre Ancara e Moscou no início deste mês para a compra de um sistema de defesa antiaéreo russo S-400. Membro da Otan, a Turquia causou preocupação em alguns países da organização ao optar por adquirir o equipamento militar da Rússia.
Alguns de seus aliados argumentaram que o sistema não seria compatível com o utilizado pela Otan. O presidente russo chegou na tarde desta quinta-feira a Ancara, onde foi recebido com honras militares por Erdogan. Além do encontro, os presidentes participaram de um jantar de trabalho com as respectivas delegações.
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