Novas modelagens de decaimento feitas pelo Apolo11-Satview mostram que a Estação Espacial Tiangong-1 está caindo cerca de 340 metros por dia. Não há combustível ou telemetria disponíveis, o que significa que a queda não pode ser controlada.
Concepção artística mostra a estação espacial Chinesa Tiangong-1 em orbita da Terra.
Antes dessa última modelagem, feita em 16 de outubro, a data mais distante para reentrada era abril de 2018, o que mostra que a estação caiu mais acentuadamente devido ao arrasto mais significativo na alta atmosfera.
Embora não haja sinais de telemetria enviados pela estação, elementos keplerianos divulgados diariamente pelo Comando Aeroespacial norte-americano (NORAD) e pela agência espacial europeia (ESA) permitem calcular a posição da estação a qualquer momento. Assim, é possível calcular a posição futura da estação até o ponto em que a próxima orbita não possa ser completada, ou seja, o momento de reentrada.
Previsão inicial de reentrada da Estação espacial Chinesa Tiangong-1 feita pelo site Satview.org
Essa previsão de local de queda é possível devido à inclinação da orbita da estação, que é de 42.8 graus. A inclinação da órbita é dada no momento do lançamento e só pode ser mudada através de poderosos disparos por retrofoguetes, feitos em operações muito especiais que demandam grandes quantidades de combustível.
Onde está a Estação Chinesa
Neste momento a estação espacial Tiangong-1 orbita a Terra de modo circular, com perigeu e apogeu a 307 km de altitude, com pelo menos três passagens sobre o Brasil todos os dias. Há três meses a altitude era de 330 km acima da superfície.
Histórico
Tiangong-1, identificação Norad 37820, foi lançada em setembro de 2011 e projetada para queimar na atmosfera em 2013, mas até este momento a nave continua em orbita, embora às cegas.
Desde seu lançamento, Tiangong-1 foi visitada por diversas naves. A primeira a se atracar ao complexo foi a nave automática Shenzhou 8, que se acoplou em novembro de 2011. Em junho de 2012 a estação recebeu a visita da nave tripulada Shenzhou 9, quando a taiconauta Liu Yang se tornou a primeira mulher chinesa no espaço.
Como acontece reentrada espacial
Naves que reentram sem controle na atmosfera, normalmente se rompem entre 72 e 84 quilômetros de altitude devido à temperatura e forças aerodinâmicas que agem sobre a estrutura.
A altitude nominal do rompimento é de 78 km, mas satélites de grande porte que têm estruturas maiores e mais densas conseguem sobreviver por mais tempo e se rompem em altitudes mais baixas. Painéis solares são destruídos bem antes, quando os satélites ainda estão entre 90 e 95 km.
Algumas peças de lixo espacial são tão grandes que elas não se queimam na atmosfera da Terra e atingem o sol, como este tanque principal do segundo estágio de um foguete Delta-2, que caiu em janeiro de 1997 na cidade de Georgetown, no Texas, EUA.
Uma vez que a espaçonave ou seu corpo principal se rompem, diversos componentes e fragmentos continuam a perder altura e se aquecer, até que se desintegram ou atingem a superfície.Muitos dos componentes são feitos em alumínio, que derretem facilmente. Como resultado, essas peças e desintegram quando a nave ainda está em grandes altitudes.
Por outro lado, se um componente é feito com material muito resistente, que necessita de altas temperaturas para atingir o derretimento, pode resistir por mais tempo e até mesmo sobreviver à reentrada.
Entre esses materiais se encontram o titânio, aço-carbono, aço inox e berilo, comumente usados na construção de satélites.
O interessante é que ao mesmo tempo em que são resistentes às altas temperaturas, esses materiais também são muito leves (por exemplo, chapas de tungstênio) e como resultado a energia cinética no momento do impacto é tão baixa que raramente provoca danos de grande porte.
O problema dos detritos começa com a composição química residual, que dependendo do componente que sobreviveu à reentrada pode conter material extremamente tóxico, como a hidrazina, utilizado como combustível ou até mesmo material radioativo, usado na geração de energia elétrica.
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