Trump diz que indivíduos transgêneros serão banidos do Exército dos EUA



O presidente norte-americano, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que não permitirá que indivíduos transgêneros sirvam no Exército dos Estados Unidos, citando "enormes gastos médicos e interrupções", em uma ação condenada por críticos como "puro preconceito" e uma manobra política.

Essa não é a primeira vez que Trump se envolve com questões de transgêneros desde que assumiu o cargo em janeiro. O presidente republicano rescindiu em fevereiro proteções para estudantes transgêneros, implementadas por seu antecessor, o democrata Barack Obama, que tinha permitido que eles usassem banheiros correspondentes a sua identidade de gênero.

"Após consulta com meus generais e especialistas militares, por favor estejam notificados de que o governo dos Estados Unidos não aceitará ou permitirá que... indivíduos transgêneros sirvam em qualquer competência nas Forças Armadas dos EUA", escreveu Trump no Twitter.

"Nossos militares precisam se concentrar em vitórias decisivas e esmagadoras e não podem ser sobrecarregados com os imensos custos médicos e interrupções que os transgêneros nas Forças Armadas requereriam", escreveu o presidente.

A ação de Trump parece deter anos de esforços para eliminar barreiras no serviço militar baseadas na orientação sexual. No ano passado, no governo de Obama, o Pentágono anunciou que estava pondo fim à proibição de que indivíduos transgêneros servissem abertamente nas Forças Armadas, considerada por autoridades como ultrapassada.

Nesta quarta-feira, o Departamento de Defesa encaminhou todas os questionamentos sobre a decisão de Trump para a Casa Branca. "Nós forneceremos orientações revisadas para o Departamento em breve", disse o porta-voz do Departamento de Defesa, Jeff Davis.

O Pentágono deveria começar a permitir que indivíduos transgêneros se alistassem neste ano, desde que eles estivessem "estáveis" em seu gênero de escolha por 18 meses. Entretanto, o secretário de Defesa, Jim Mattis, aprovou no dia 30 de junho um adiamento de seis meses para a mudança.

O presidente do Comitê das Forças Armadas do Senado, John McCain, disse que o anúncio de Trump era "pouco claro" e inadequado, uma vez que há um estudo sobre o tema em andamento no Pentágono. "Eu não acredito que uma decisão sobre nova política seja apropriada até que esse estudo esteja completo e minuciosamente revisado pelo secretário de Defesa, nossa liderança militar, e o Congresso", disse McCain em um comunicado, acrescentando que as autoridades de defesa já tinham decidido que militares transgêneros servindo atualmente poderiam permanecer nas Forças Armadas.

Comentários