Primeiro-ministro japonês não pedirá perdão em Pearl Harbor
(Arquivo) Foto cedida pela Marinha americana mostra um navio pegando fogo após o ataque contra a base de Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, prestará uma homenagem aos mortos em Pearl Harbor, mas não pedirá perdão durante a viagem, a primeira de um líder nipônico à base americana, anunciou um porta-voz do governo.
A viagem acontecerá pouco depois de uma visita histórica de Barack Obama a Hiroshima, a primeira de um presidente dos Estados Unidos no exercício do cargo à cidade atingida pela primeira bomba nuclear.
"O propósito desta visita é recordar os mortos da guerra, mas não pedir perdão", afirmou o porta-voz do governo, Yoshihide Suga, em uma entrevista coletiva.
"A visita vai servir como uma oportunidade para mostrar às futuras gerações nossa resolução de não repetir os horrores e o sofrimento da guerra, além de uma oportunidade para mostrar a reconciliação entre os japoneses e os Estados Unidos", completou.
Abe prestará homenagem aos mortos no surpreendente bombardeio à base do Havai, que provocou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial em 1941.
O ataque japonês contra a base americana, que matou mas de 2.400 soldados e civis, completa 75 anos em 2016.
A Segunda Guerra Mundial terminou em agosto de 1945, depois que os Estados Unidos lançaram duas bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki, que forçaram o Japão a uma rendição.
Abe, um político nacionalista que já foi criticado por tentar minimizar o papel do Japão na guerra, pretende viajar ao Havaí nos dias 26 e 27 de dezembro para uma reunião com Obama e visitar a base de Pearl Harbor.
Quando Obama viajou a Hiroshima em maio, os dois governantes visitaram um memorial em homenagem às vítimas.
Apesar do presidente americano ter feito um apelo para que as armas nucleares sejam abolidas, não pediu perdão pelos ataques a Hiroshima e Nagasaki.
Identificação de vítimas prossegue 75 anos após ataque de Pearl Harbor
Especialistas seguem trabalhando para identificar os restos mortais das vítimas do ataque surpresa realizado há 75 anos pelo exército japonês contra a base americana de Pearl Harbor, no Havaí, que matou 2.403 americanos.
Crânios, ossos e dentes recuperados nos anos seguintes ao ataque foram considerados não identificáveis, mas graças aos avanços científicos, especialmente no que diz respeito à tecnologia de DNA, dezenas deles deixaram de ser anônimos.
No ano passado, o Pentágono ordenou a exumação dos restos mortais de 388 americanos mortos a bordo do "USS Oklahoma", atacado com torpedos, quando estava atracado à doca. Ele adernou, aprisionando em seu interior centenas de marinheiros.
Em 7 de dezembro de 1941, o ataque japonês afundou quatro navios de guerra americanos no porto do arquipélago havaiano e danificou outros quatro.
Centenas de marinheiros e fuzileiros navais afundaram em seus navios, enquanto outros, vítimas de explosões e incêndios, ficaram irreconhecíveis.
Os restos mortais de 388 soldados do "USS Oklahoma", enterrados em valas comuns, foram exumados de um cemitério em Honolulu e levados para locais próximos da agência militar DPAA, onde trabalham especialistas odontológicos e antropólogos. Até agora, eles conseguiram identificar 53 pessoas.
O último identificado do "USS Oklahoma" foi o marine-bombeiro de primeira classe Jim Johnston, de 23 anos, originário de Wesson (em Mississippi), graças ao DNA de dois sobrinhos compatível com seus restos dentários.
O DNA também permitiu identificar os restos de dezenas de homens que estavam em caixões. Seus restos mortais foram reagrupados por tipo de ossos na falta de uma forma mais precisa para identificá-los.
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