Conflitos armados na tríplice fronteira são cada vez mais rotineiros; último caso envolveu colombianos que se negaram a parar em Posto de Bloqueio Fluvial do Exército
Exército vem monitorando de forma intensa a região da tríplice fronteira / Fotos: Arquivo/AC
A morte de um colombiano e prisão de outros cinco, durante uma troca de tiros com militares do Pelotão de Fronteira/Vila Bitencourt, base do Exército Brasileiro localizada no município de Japurá, a 744 quilômetros de Manaus, continua sob investigação.
Ainda não há informações sobre o motivo que levou os colombianos, que estavam em duas embarcações que navegavam em águas brasileiras (rio Japurá), a se negarem a parar no Posto de Bloqueio Fluvial do Exército Brasileiro.
Ainda não há informações sobre o motivo que levou os colombianos, que estavam em duas embarcações que navegavam em águas brasileiras (rio Japurá), a se negarem a parar no Posto de Bloqueio Fluvial do Exército Brasileiro.
A suspeita de que os colombianos estariam ligados a grupos paramilitares ou até mesmo sejam ex-guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc-EP), foi descartada pelo general de brigada, Edson Skora Rosty, comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, que está acompanhando o caso.
Embora o episódio tenha ocorrido no município de Japurá, o caso foi levado ao Comando de Fronteira Solimões (CFSol) do 8º Batalhão de Infantaria na Selva (BIS), localizado em Tabatinga, a 1.105 km da capital, que tem jurisdição sobre aquela área militar.
Apesar de a situação estar sob controle, histórias de confrontos com guerrilheiros, traficantes ou criminosos na tríplice fronteira (Brasil, Colômbia e Peru) está virando rotina. Um dos maiores confrontos ocorreu em 1991, quando integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) atacaram o pelotão Traíra, matando três militares brasileiros, ferindo outros 29 e roubando armas e munições.
Na ocasião, o então presidente Fernando Collor autorizou uma retaliação, e os militares fizeram uma operação na Colômbia para tentar recuperar o material levado.
Na ocasião, o então presidente Fernando Collor autorizou uma retaliação, e os militares fizeram uma operação na Colômbia para tentar recuperar o material levado.
Depois disso, outros dois incidentes ocorreram em 2002. Em um deles, o Exército matou cinco integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que navegavam pelo rio Japurá perto do Pelotão Especial de Floresta da Vila Bitencourt, onde 49 soldados guardam a divisa com a Colômbia. O confronto ocorreu em território colombiano e durou pelo menos dois dias.
Outro confronto envolvendo tropas brasileiras na Amazônia ocorreu em 2006, envolvendo o pelotão de Cucuí, distrito do município de São Gabriel da Cachoeira, a 852 km de Manaus. À época, militares que estavam à margem do Rio Negro, atacaram uma embarcação com criminosos que estavam trazendo droga para o Brasil, matando alguns suspeitos.
Outro confronto envolvendo tropas brasileiras na Amazônia ocorreu em 2006, envolvendo o pelotão de Cucuí, distrito do município de São Gabriel da Cachoeira, a 852 km de Manaus. À época, militares que estavam à margem do Rio Negro, atacaram uma embarcação com criminosos que estavam trazendo droga para o Brasil, matando alguns suspeitos.
Em julho do mesmo ano, um homem foi preso e outro morto após troca de tiros com agentes da Polícia Federal (PF) no rio Solimões. Com eles, havia drogas, armas e munição. A mesma lancha havia escapado de uma abordagem em maio, após tiroteio.
Suspeitas
Na opinião de uma autoridade policial que costuma atuar em operações na fronteira, mas que preferiu não se identificar, suspeita que os colombianos envolvidos no confronto com o exército brasileiro seriam ex-combates da Farc ou Exército de Libertação Nacional (ELN), que a cada dia, estão deixando de atuar pelos respectivos grupos armados.
Na opinião de uma autoridade policial que costuma atuar em operações na fronteira, mas que preferiu não se identificar, suspeita que os colombianos envolvidos no confronto com o exército brasileiro seriam ex-combates da Farc ou Exército de Libertação Nacional (ELN), que a cada dia, estão deixando de atuar pelos respectivos grupos armados.
Em números: 5
Confrontos na fronteira para coibir crimes foram registrados nos últimos anos. Sendo quatro envolvendo militares do exército brasileiro e um de agentes da Polícia Federal.
Cinco foram presos e uma vítima fatal
O general de brigada, Edson Skora Rosty, comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, que está acompanhando o caso e recebeu informações repassadas por uma fonte primária das investigações subordinadas ao Comando Militar da Amazônia (CMA), informou que os colombianos estavam em duas pequenas embarcações, tipo lancha, e por volta das 18h do último sábado, tentaram passar por uma das barreiras do Exército instaladas no rio Japurá, na fronteira entre o Brasil e a Colômbia.
Em seguida, após o descumprimento de ordens por parte dos ocupantes da embarcação, houve o confronto. O colombiano atingido chegou a ser socorrido pelos militares do Pelotão de Fronteira/Vila Bitencourt, mas não resistiu. Ele e os outros cinco envolvidos não tiveram os nomes revelados. Nenhum militar do Exército Brasileiro sofreu ferimentos. Na terça-feira (6), uma reunião foi realizada no município de Tabatinga, a 1.105 km da capital, entre o comando do exército brasileiro e colombiano, para tratar do episódio.
Sob investigação
Sobre o episódio que resultou na morte e prisões de colombianos, A Seção de Comunicação Social da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, informou que o Comando da Brigada determinou a instauração de um Inquérito Policial Militar para apuração dos fatos e as autoridades colombianas já foram informadas sobre as ações.
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