O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse no domingo que o caos na Síria pode persistir durante "um bom tempo" e que o apoio de Rússia e Irã à campanha aérea do presidente sírio, Bashar al-Assad, estimulou a repressão de Damasco sobre os rebeldes.
"Não estou otimista com as perspectivas de curto prazo para a Síria", disse Obama em uma coletiva de imprensa em Lima ao final de uma cúpula de líderes de países da região do Pacífico.
"No momento em que Rússia e Irã tomaram a decisão de apoiar Assad e uma campanha aérea brutal e essencialmente uma pacificação de Aleppo independentemente das baixas civis, de crianças serem mortas ou feridas, de escolas ou hospitais serem destruídos, ficou difícil ver uma maneira pela qual até uma oposição moderada treinada e comprometida poderia se manter por períodos longos de tempo", afirmou.
Obama, um democrata que será sucedido pelo presidente eleito republicano Donald Trump no dia 20 de janeiro, contou ter dito ao presidente russo, Vladimir Putin, nos bastidores da reunião da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico realizada na capital peruana, que está profundamente preocupado com o derramamento de sangue na Síria e que um cessar-fogo se faz necessário.
"A esta altura, precisaremos mudar a maneira como todas as partes pensam sobre isso para podermos encerrar a situação lá", disse Obama, acrescentando: "Não há dúvida de que continuará a haver forças extremistas dentro e nos arredores da Síria porque vai continuar a haver caos por um bom tempo".
Sob Obama, um programa de ajuda militar supervisionado pela Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) vem fornecendo armas e treinamento a rebeldes moderados em coordenação com países que incluem Turquia, Arábia Saudita, Catar e Jordânia.
Trump sinalizou uma oposição ao apoio dos EUA aos rebeldes, dizendo querer se concentrar em combater o Estado Islâmico. Ele disse que pode até cooperar na luta contra o grupo militante com a Rússia, aliado mais poderoso de Assad, que vem bombardeando os opositores sírios há mais de um ano no oeste do país.
A viagem de Obama ao Peru foi a última parada de uma turnê internacional de despedida que incluiu visitas a Grécia e Alemanha e foi ofuscada muitas vezes por dúvidas a respeito da eleição de Trump.
Obama disse que enfrentou a questão do envolvimento norte-americano na Síria durante cinco anos e que concluiu que Washington não tem base legal para um envolvimento militar no país estrangeiro, e que fazê-lo teria sido um "erro estratégico", dado o esforço de estabilização no Afeganistão e no Iraque e a necessidade de enfrentar o Estado Islâmico.
Comentários
Postar um comentário