A Turquia
propôs cooperar com Moscou para combater o Estado Islâmico na Síria,
dando a entender que pode disponibilizar sua Base Aérea de Incirlik para
a Rússia, comentários que enfatizam uma retomada dos laços afetados no
ano passado, quando a Turquia abateu um avião de guerra russo.
Moscou se
comprometeu a ressuscitar a relação depois que o presidente turco, Recep
Tayyip Erdogan, lamentou a derrubada da aeronave na semana passada, na
qual o piloto morreu, perto da fronteira síria. A Rússia havia rompido
virtualmente todos os laços econômicos e proibido turistas de visitarem
estâncias turcas.
"Iremos
cooperar com todos contra o Daesh (acrônimo árabe para o Estado
Islâmico). Estamos fazendo isso já há algum tempo, e abrimos a Base
Aérea de Incirlik para aqueles que quiserem se unir à luta ativa contra o
Daesh", disse o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut
Cavusoglu, em entrevista à rede de televisão estatal TRT Haber no
domingo.
"Por que não cooperar também com a Rússia nestes termos? O Daesh é nosso inimigo em comum, e precisamos combater este inimigo."
O Kremlin
descreveu a indicação de que a Turquia poderia abrir a base de Incirlik
como uma "declaração séria", embora tenha dito que ainda não fez nenhum
contato com Ancara a respeito do assunto.
Embora tanto
Turquia quanto Rússia reconheçam a ameaça do Estado Islâmico, os dois
países estão em lados opostos do conflito na Síria, o que provoca
dúvidas sobre a viabilidade do uso russo de Incirlik.
Iraque quer operação contra células adormecidas após ataque em Bagdá
O saldo de
mortes do ataque suicida em um bairro comercial de Bagdá subiu para mais
de 150, reforçando pedidos para que as forças de segurança do Iraque
reprimam células adormecidas do Estado Islâmico às quais se atribui um
dos piores atentados a bomba isolados na história do país.
As cifras
aumentaram à medida que os corpos foram sendo recuperados dos destroços
da área de Karrada, na capital Bagdá, onde um caminhão refrigerado
repleto de explosivos foi detonado na noite de sábado quando as pessoas
estavam nas ruas comemorando o mês muçulmano sagrado do Ramadã.
O número de
vítimas em Karrada estava em 151 mortos e 200 feridos ao meio-dia local
desta segunda-feira, de acordo com fontes policiais e médicas.
Socorristas e familiares ainda procuravam 35 pessoas desaparecidas.
O Estado
Islâmico reivindicou o ataque, dizendo ter sido uma ação suicida. Outra
explosão ocorreu na mesma noite, no mercado popular de Al-Shaab, um
bairro xiita no norte de Bagdá, matando duas pessoas.
Os ataques
eclipsam as declarações de vitória feitas no mês passado pelo governo do
primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, depois que forças do país
expulsaram o Estado Islâmico de Falluja, até então um bastião dos
insurgentes sunitas ultrarradicais próximo de Bagdá.
Autoridades
governamentais ordenaram a ofensiva contra Falluja em maio após uma
série de ataques com bomba fatais em áreas xiitas de Bagdá que o governo
disse terem tido sua origem em Falluja, cerca de 50 quilômetros a oeste
da capital.
"Abadi tem
que ter uma reunião com os chefes de segurança nacional, inteligência, o
Ministério do Interior e todos os lados responsáveis pela segurança e
deve lhes fazer só uma pergunta: Como podemos nos infiltrar nestes
grupos?", questionou Abdul Kareem Khalaf, ex-major-general de polícia e
hoje conselheiro do Centro Europeu de Contraterrorismo e de Estudo de
Inteligência, sediado na Holanda.
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