O Exército da Turquia disse na noite desta sexta-feira (15) que assumiu o poder em todo o país. Após soldados e tanques ocuparem as ruas de Istambul e Ancara, capital do país, o primeiro-ministro da Turquia, Binali Yildirim, afirmou em rede nacional que o país passa neste momento por uma tentativa de golpe militar.
Segundo relatos de testemunhas, as pontes sobre o Estreito de Bósforo, em Istambul, foram fechadas. Jatos sobrevoavam as duas cidades na noite desta sexta.
Em nota, os militares afirmam que tomaram o poder para proteger a ordem democrática e manter os direitos humanos. O comunicado, divulgado por canais de televisão turcos, afirma que todas as relações externas existentes da Turquia serão mantidas e que o Estado de direito permanecerá como prioridade.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, estava em férias na cidade turca de Marmaris. Em entrevista por celular à rede CNN de televisão, Erdogan disse que o golpe seria fruto de uma minoria dentro do Exército turco. O presidente pediu que a população do país vá às ruas contra os militares.
Situação política instável
Imagens nas televisões e nas redes sociais mostram que manifestantes ocuparam pontos de Istambul. A transmissão ao vivo da CNN exibiu tiros sendo disparados e manifestantes buscando abrigo.O grupo militar que tomou o poder declarou lei marcial, o que suspende as liberdades fundamentais da população, veta manifestações, censura opiniões e restringe o direito de ir e vir. Também foi decretado um toque de recolher na noite desta sexta-feira.
Há informações de que soldados fecham as duas pontes que ligam o lado asiático ao europeu de Istambul.
A TV turca exibiu imagens de tanques no aeroporto
internacional Ataturk, que foi atacado por homens-bomba há algumas
semanas em um atentado que deixou 40 mortos. Os voos que partiriam do
local foram cancelados. Voos que seguiam para Istambul foram desviados.Tentativas de golpe
O atual presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, faz parte do governo turco desde 2002. Primeiramente como primeiro-ministro, o membro do partido AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento) foi eleito democraticamente em 2014.
A política turca de iniciar
uma guerra contra o jihadismo sírio e a guerrilha curda, minoria no
país, tem mantido uma grande tensão entre o partido no poder e outros
grupos políticos.
Em junho de 2015, o partido pró-curdo HDP chegou a dizer que Erdogan tinha dado um golpe de Estado no país.
Em novembro do ano passado, dois generais da ativa e um coronel da
reserva foram presos sob a acusação de espionagem, tentativa de golpe de
Estado e fundação de uma organização terrorista armada.
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