Premiê turco afirma que, em resposta ao atentado suicida em Istambul, as forças do país mataram quase 200 militantes do "Estado Islâmico", em ataques por terra realizados contra bases dos jihadistas na Síria e no Iraque
A Turquia atacou o "Estado Islâmico" (EI)
na Síria e no Iraque nas últimas 48 horas, matando quase 200
jihadistas, informou nesta quinta-feira (14/01) o primeiro-ministro
turco, Ahmet Davutoglu.
Os ataques, realizados por forças
terrestres, são uma retaliação ao atentado ocorrido em Istambul, há dois
dias, que matou ao menos dez turistas alemães , e que, segundo o
governo turco, foi realizado por um terrorista suicida de origem síria,
ligado ao EI. A organização terrorista, entretanto, não assumiu o
atentado.
A Turquia, país membro da Otan que
integra a coalizão internacional de combate ao EI, afirma que também
poderá realizar ataques aéreos contra os extremistas, para expulsá-los
de posições próximas à sua fronteira.
"Após os incidentes desta terça-feira,
aproximadamente de 500 cargas de artilharia e morteiros foram lançadas
contra posições do Daesh na Síria e no Iraque", afirmou Davutoglu,
utilizando o nome do EI em árabe.
"Aproximadamente duzentos membros do
Daesh, incluindo os chamados líderes regionais, foram neutralizados nas
últimas 48 horas. A partir de agora, toda ameaça direcionada à Turquia
será punida dessa maneira".
O ministro disse que os alvos dos ataques
eram posições do EI ao longo da fronteira do país com a Síria e em uma
área próxima a um campo militar turco no Iraque. "Nossos ataques por
terra a essas posições continuam e, se necessário, nossa Força Aérea
entrará em ação", disse o primeiro-ministro.
Istambul tenta voltar à normalidade após atentado
Um dia após o atentado suicida que matou
dez turistas alemães, são poucos os indícios imediatos de que Istambul e
seus moradores estejam de alguma forma traumatizados – salvo pela
quantidade anormal de novas câmeras instaladas ao redor da fonte que
separa a Mesquita Azul (Sultanahmet) da Basílica de Santa Sofia, local
do ataque.
Alguns detalhes vêm à tona, ainda que a
proibição temporária de difusão de notícias do ataque ainda esteja em
vigor. Segundo a imprensa local, o sírio Nabil Fadli, de 28 anos, teria
entrado na Turquia como refugiado e solicitado asilo em janeiro. Um dedo
achado no local da explosão teria possibilitado a identificação.
"Isto mostra que há uma rede do EI dentro
da Turquia, que estes homens são capazes de entrar em ação ao transitar
da Síria para a Turquia, e que estão tentando chegar a outros lugares
dentro do país", afirma Aaron Stein, pesquisador sênior do think tank Conselho
do Atlântico. "Isto também mostra como é difícil rastrear essas
pessoas, como também conhecer suas origens exatas dentro desse imenso
fluxo de refugiados."
Desde os ataques, as autoridades turcas
detiveram 68 pessoas, incluindo três cidadãos russos suspeitos de
ligação com o EI nas cidades costeiras de Antalya e Izmir. No entanto,
ainda não foi confirmado se isso aconteceu ou não em resposta aos
atentados ou no contexto de uma batida de rotina contra o "Estado
Islâmico".
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