As filmagens
de um teste com um míssil balístico lançado por submarino pela Coreia
do Norte, divulgadas por Pyongyang dois dias depois de o país ter
anunciado seu quarto teste nuclear, eram falsas, de acordo com a análise
de um instituto de pesquisa da Califórnia.
Em desafio a
uma proibição da ONU, o país isolado disse que detém a tecnologia para
produzir mísseis balísticos, o que poderia permitir à Coreia do Norte
lançar uma ogiva nuclear a partir de um submarino, embora especialistas e
análises a partir das transmissões da TV estatal norte-coreana tenham
colocado em dúvida a afirmação.
A TV estatal
norte-coreana transmitiu imagens, na sexta-feira, do mais recente
teste, que disse ter ocorrido em dezembro. Diferentemente de um teste
anterior com mísseis balísticos lançados por submarino, em maio, o atual
teste não foi anunciado ao ser realizado.
“O foguete
ejetou, começou a voar e então caiu catastroficamente”, disse Melissa
Hanham, uma pesquisadora associada do Centro James Martin para Estudos
de Não Proliferação, do Instituto Middlebury.
Os militares
da Coreia do Sul disseram, no sábado, que a Coreia do Norte havia
alterado o vídeo e editado para inserir imagens de um míssil Scud feitas
em 2014, embora um oficial tenha dito à Reuters que a tecnologia de
lançamento pode ter melhorado desde o teste de maio.
A análise do
Centro James Martin mostra dois quadros do vídeo transmitido pela TV
estatal em que as chamas engolem o míssil e fragmentos se desprendem do
corpo do foguete.
“A Coreia do
Norte usou intensa edição de vídeo para encobrir este fato”, disse
Hahham em um email. “Eles usaram diferentes ângulos de câmera e edição
para fazer parecer que o lançamento era vários lançamentos seguidos, mas
ao assisti-los lado a lado, é possível perceber que se trata do mesmo
evento.”
Os
propagandistas da Coreia do Norte usaram técnicas de edição rudimentares
para cortar e reaproveitar filmagens antigas de um lançamento anterior
com mísseis lançados por submarinos e mísseis Scud, mostrou a análise do
vídeo.
A afirmação
do Norte de que seu quarto e mais recente teste nuclear, conduzido na
última quarta-feira, foi feito com uma bomba de hidrogênio, mais
avançada e poderosa, também foi posta em dúvida pelo governo dos EUA e
especialistas.
China mobiliza 500 pessoas para monitorar radiação após teste da Coreia do Norte
O governo
chinês mobilizou mais de 500 pessoas para monitorar continuamente a
existência de radiação ao longo da fronteira após a Coreia do Norte
anunciar na semana passada a realização de seu quarto teste nuclear,
porém nada de anormal foi encontrado.
O teste da
Coreia do Norte na quarta-feira irritou tanto os Estados Unidos quanto a
China, que não foi previamente avisada, embora o governo
norte-americano e peritos em armas duvidem da alegação do Norte de que o
dispositivo que explodiu foi uma bomba de hidrogênio.
O Ministério
do Meio Ambiente da China anunciou em um comunicado nesta segunda-feira
que mais de 500 pessoas estão envolvidas no monitoramento de radiação,
incluindo cerca de 350 pessoas ao longo da fronteira, juntamente com 37
estações de monitoramento fixas e 14 móveis.
No site do
órgão, foram disponibilizadas imagens de um veículo de monitoramento de
radiação dirigindo por uma estrada de neve ao longo da fronteira, e um
oficial parado na neve olhando para o equipamento técnico.
Mas o
ministério “basicamente” já "descartou" a possibilidade de o teste ter
qualquer impacto radioativo sobre a China, e nada de anormal foi
encontrado, diz.
Os testes
realizados pelo ministério incluíam amostras de ar, do solo e da neve, e
devem continuar, além de manter o seu mecanismo de resposta de
emergência atual.
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